sábado, 31 de julho de 2010

Uma Viagem ao passado

Os irmãos Catarina e Damião haviam encontrado uma estranha e pequena porta na parede do porão, mas sua mãe interrompeu a brincadeira chamando-os para se deitar... tiveram de conter a curiosidade para o dia seguinte. Quase não conseguiram dormir. Passava mil coisas pela cabeça de cada um, mas enfim pegaram no sono. No outro dia, chegando em casa depois da aula, foram direto ao porão.
Foram descendo as escadas, devagar, sem fazer barulho para que ninguém os pudesse ouvir. O medo começou a invadir a sua mente, afinal de contas, aquele era um local totalmente novo e desconhecido para eles. Mas a curiosidade de desvendar o mistério que havia atrás daquela porta fez com que o medo rapidamente passasse e desse lugar a uma enorme adrenalina.
Assim que abriram a porta, começaram a tossir um pouco com a poeira que saiu dali. Damião foi o mais corajoso e entrou primeiro. Como estava escuro, usou o tato para ver se descobria alguma coisa e descobriu um apagador. Ligou-o e Catarina mais calma se juntou a Damião. O quarto não tinha absolutamente nada, apenas um livro no centro, iluminado e nele estava escrito: Me leia!
Catarina abriu o livro e começou a ler em voz alta:
- Em lugar remoto na terra, onde existiam princesas, dragões e muita maldade, viveu Valentina Blanc, uma jovem de bom coração que vivia no reino de Allegra, e era muito bonita.
Assim que terminou de ler essas palavras, a porta se fechou rapidamente, a luz se apagou e as crianças ficaram por alguns minutos gritando sem parar. O quarto tremia e parecia girar, até que tudo sossegou.
- O que está acontecendo aqui? - disse Catarina assustada.
- Precisamos sair e descobrir. - respondeu Damião.
As crianças abriram a porta e saíram, olharam para si mesmas e perceberam que usavam roupas medievais. Andaram um pouco e viram que estavam em um lugar desconhecido, um lugar antigo e que provavelmente não estava nos mapas. Não existia carro ali e nem motos, somente cavalos e pessoas que andavam rapidamente. Uma música vindo de uma flauta animava aquele ambiente. Os irmãos não acreditaram quando perceberam que voltaram no tempo.
Eles continuaram aproveitando cada pedaço daquele lugar desconhecido, descobrindo as coisas novas e vendo pessoas que pra eles eram estranhas, até que passaram em frente ao castelo, desses de filme, e começaram a ouvir gritos. Era de uma menina. Os gritos desesperados apavoraram as crianças, que sentiram uma enorme vontade de ajudar a moça.
Esperaram um pouco até verem um criador, saindo por uma porta nos fundos. Usaram a mesma porta para entrar e, como se fossem o vento, andaram pelo castelo, sem fazer barulho, até que encontraram o quarto da moça e entraram. Viram a cena de uma linda jovem, debruçada na janela e chorando.
Catarina se aproximou e perguntou:
- Por que você tá chorando assim?
A moça a olhou espantada e enxugou as lágrimas:
- O meu grande amor foi arrancado de mim pelo meu pai!
Catarina, sensibilizada pelo caso,se dirigiu ao irmão:
- Precisamos ajudá-la.
- Mas como?
Catarina pensou e disse:
- Ei, moça, onde está o seu amor?
- Meu pai mandou trancá-lo em uma prisão para que ele nunca mais me visse.
- Vamos te ajudar, traremos o seu amor de volta para você!
- Impossível, a prisão é protegida por dragões enormes!
- Eu os mato! - disse Damião, mostrando a sua habilidade com a espada que estava amarrada em sua cintura.
- Quem são vocês, minhas crianças?
- Somos Catarina e Damião, e viemos do futuro para te ajudar! - a menina disse toda empolgada.
- Eu sou a Tina! E vocês são do futuro? Quanta loucura! Mas isso não importa. Eu só quero meu amor de volta. Quero fugir com ele para longe daqui.
Os três bolaram um plano, decidiram que esperariam até a noite. Saíram do castelo pela porta da cozinha e iriam até a prisão. Colocariam sonífero na água dos dragões, entrariam lá e pegariam Martin, para que ele pudesse fugir de lá com Valentina.
E assim foi feito. Eles esperaram até que a noite chegasse, seguiram corretamente o plano e chegaram à prisão. Valentina distraiu o cuidador de dragões para que Catarina pudesse colocar o sonífero na água. Depois dessa primeira etapa ser concluída, entraram na prisão, escondidos no meio da escuridão e subiram até chegarem na cela mais alta. Conseguiram abrir a cela de Martin com uma barra de metal pontuda e foram saindo de lá, até que, quando cruzavam a saída, o dragão despertou e começou a soltar fogo em cima deles. As meninas desviaram e os meninos foram enfrentar o dragão, usando suas espadas. Martin cravou a espada na pata do dragão, que caiu, e Damião começou a enfiar sua espada no coração do dragão para que ele morresse. Eles conseguiram matar o dragão. Quando iam saindo, roubaram um cavalo do guarda, para que Valentina e Martin pudessem fugir para longe. Depois disso, ganharam uma flor de cor azul, que Valentina disse ser um presente que realizava desejos. Logo que Martin e Valentina fugiram, Catarina e Damião não pensaram duas vezes em qual seria o pedido: se concentraram com muita força e pediram para voltarem para casa. De repente, lá estavam, com suas roupas normais, naquele quarto escuro.
- Chega de aventuras por hoje Damião, só quero dormir sossegada.
- Tudo bem Catarina, eu também estou cansado.
Eles seguiram para seu quarto, onde repousaram a cabeça sobre o travesseiro, respiraram fundo e sono veio. E eles ficaram ali, sonhando com qual seria a próxima aventura que viveriam.

Débora Stefany - 202

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