terça-feira, 17 de agosto de 2010

The Fairy World

Perto da casa de Rebeca havia um bosque onde ela sempre brincava à tarde mais nunca se afastava muito. Numa nublada Rebeca brincava com sua boneca preferida, foi quando um pequenino ser chamou sua atenção, ele estava atrás de uma arvore e vestia roupas estranhas. O pequenino chamou muito a atenção de Rebeca, ela viu que era um Duende ate que saiu correndo e Rebeca intrigada foi atrás, eles correram mais ou menos uns quinze minutos até que chegaram em frente a um portal de pedra, roxo com algumas coisas escritas e o que mais chamou atenção de Rebeca foi o que estava escrito em inglês acima do portal que dizia:
- Come in and use your imagination!
- Entre e use a imaginação!
Assim que rebeca leu, o Portal se abriu, com um clarão quase cegando Rebeca até que ela respirou fundo e entrou. Do outro lado, o portal revelava um mundo totalmente diferente do de Rebeca. As árvores de lá tinham umas cores diferentes, era como se elas brilhassem. No chão, havia caminhos de pedras meios brancas, havia seres pequeninos voando por toda parte, de várias cores. O céu era de um azul radiante. Rebeca olhava tudo com muita curiosidade e admiração, quando ela sentiu alguém puxando a barra do seu vestido, ela olhou para baixo e viu o duende que ela havia seguido. Ela olhou para ele com certa curiosidade e perguntou:
- Onde estou?
E ele respondeu:
- Aqui é O Mundo das Fadas, chamamos aqui de The Fairy World. Você terá uma fada pra te fazer companhia e te guiar pelo caminho e te ajudar na sua missão.
- Que missão?
- Não sabemos ainda. Você só saberá durante sua caminhada, entendeu?
- Sim.
Nesse instante, surgiu uma fada linda e meiga com asas azuis e roupas roxas, seu cabelo era roxo com mechas azuis e seus olhos com um tom azul bem claro, ela tinha os lábios rosinhas e era muito graciosa com sandálias roxas e tinha um sorriso exuberante no rosto.
- Oi! Meu nome é Kika e o seu Rebeca, correto? - Falou a pequenina.
- Sim, como sabe?
- Eu escolhi você, Rebeca.
- Me escolheu?
- Sim, todas as fadas desse lugar, têm a missão de escolher um humano pra ensinarmos algumas coisas para eles, como se comportar. Ensinamos coisas a vocês, que vocês levam por toda vida e jamais se esquecem. Nós vamos nos encontrar com nosso guerreiro, pra ele nos ajudar durante o caminho, porque vamos ter que atravessar um caminho terrível, é um pântano com bruxas e gnomos por todos os lados. Eu nunca fui lá, mas dizem que é terrível, tem bruxas horrorosas e maldosas lá, e os gnomos são perversos e medonhos. Dizem que lá fede muito e quem entra lá nunca sai. Mas não precisa ficar com medo, nosso guerreiro vai nos proteger. Vamos, pegue seu cavalo, temos uma longa caminhada pela frente.
- Mas eu não tenho um cavalo.
- Tem sim. - Kika assobiou e uma égua linda saiu do meio dos arbustos em direção a elas.
- Essa é a Guadalupe, sua égua.
Rebeca montou em sua égua, e ela e Kika seguiram em frente. De repente Rebeca notou que o duende não estava mais com elas. Ele havia sumido, mas Rebeca ainda nem imaginava o que havia pela frente. Elas andaram mais ou menos umas quatro horas até que ouviram o som de um riacho bem no fundo. Parecia que estava perto, mas ainda assim o som ainda parecia estar distante. Elas andaram mais uma meia hora e chegaram ao riacho.
Rebeca ficou mais impressionada que já estava. O riacho era deslumbrante, com águas cristalinas. Havia bastante peixes no fundo e algumas algas com cores diversas. Um pouco mais à frente, ela avistou uma ponte e lá do outro lado um cavalo com um rapaz e uma pequena criaturinha ao lado. Eles andavam devagar e pareciam ir em direção à ponte. Rebeca parou de acompanhá-los, percebeu que estava com fome e pediu a Kika algo para comer. Kika foi buscar o que comer para Rebeca, e ela ficou esperando na beira do riacho. Lavou o rosto, prendeu os cabelos, deitou-se para esperar Kika. Foi quando escutou uma cavalgada se aproximando e levantou-se alarmada, com medo. E um rapaz disse:
- Não se assuste, não vou te fazer mal. Tô aqui para te proteger, não machucar você. Prazer, meu nome é Escobar, e o seu?
- Rebeca.
Rebeca ficou maravilhada quando olhou para ele. Ele tinha os cabelos curtos numa espécie de moicano, olhos claros, vestia uma blusa muito elegante azul, e calças brancas, ele falava com uma voz doce e suave, e tinha uma pele clara e um sorriso lindo.
Kika voltou e trouxe algumas frutas para Rebeca comer e cumprimentou Escobar e seu duende, que era bem familiar para Kika, e Rebeca. Rebeca perguntou o nome do duende, que respondeu:
- Meu nome é kitikim, sou amigo de Kika.
- Ah, sim. - Disse Rebeca.
Rebeca terminou de comer e Escobar pediu para que eles fossem andando porque tinham que percorrer um longo caminho e encontrar um lugar para acampar antes mesmo de escurecer. Então Rebeca subiu em sua égua e Escobar em seu cavalo e foram andando. No caminho, Escobar e Rebeca foram conversando. Rebeca fazia perguntas e Escobar respondia com toda calma do mundo. O caminho era longo, eles cavalgavam há quase seis horas, foi quando começou a escurecer e Escobar resolveu montar acampamento. Quando Rebeca desceu de Guadalupe, ela caiu direto numa armadilha de folhas, dentro de um buraco fundo e gritou por Escobar.
- Escobar, socorro!
Escobar correu em direção ao buraco e disse:
- Calma, Rebeca, vou tirá-la daí!
Escobar viu uma sombra se formando em cima dele, quando olhou para o alto viu um dragão enorme, com olhos vermelhos, uma boca enorme cheia de dentes, um mal hálito terrível. Ele foi para cima de Escobar. Escobar deu três saltos para trás e com apenas um golpe cravou sua espada no coração do dragão. O animal soltou um grito e um clarão tomou conta do lugar. O dragão se transformou em um lindo colar, quando uma voz surgiu:
- Esse colar deve ser usado por Rebeca por todo caminho. A missão dela é colocá-lo na montanha do dragão para que o mundo dos pequenos dragões volte a ser protegido por ele. A bruxa Pumpkin tirou ele de lá e lançou um feitiço em um pequeno dragão que se transformou nessa fera que os atacou. Essa armadilha também foi montada por ela, o objetivo dela é matar Rebeca. Agora, mais que nunca, você deve protegê-la, Escobar. Até que ela cumpra a sua missão pra voltar pra casa. Ah, mais uma coisa. Rebeca deve fazer tudo isso sozinha, você Escobar só vai auxiliá-la para que chegue à montanha com segurança.
A voz sumiu.
Escobar tirou Rebeca do buraco com muito esforço. Quando ela saiu, perceberam que Rebeca havia machucado o braço. Escobar cuidou do ferimento de Rebeca. Escobar acendeu uma fogueira enquanto Kika e Kitikim foram buscar o que comer. Quando voltaram, Rebeca estava deitada, Kika achou que Rebeca estava morta. Escobar avisou que ela estava apenas dormindo, pois ela estava muito cansada e precisava dormir.
No outro dia, Rebeca acordou com o som dos pássaros e foi caminhar um pouco. Estava um pouco triste, pois estava com saudades de sua mãe, e queria voltar logo para casa. Escobar acordou e percebeu que Rebeca não estava ali e foi procurá-la. Encontrou-a sentada num tronco de árvore com a cabeça baixa, e foi falar com ela:
- O que está acontecendo, Rebeca?
- Nada, Escobar, só saudades de casa.
- Ah, Rebeca, calma. Já já você vai estar em casa.
- Espero que sim.
- Vamos voltar para o acampamento antes que Kika e Kitikim fiquem preocupados.
- Vamos.
Escobar e Rebeca voltaram, levantaram acampamento e seguiram em frente. Quando chegaram ao final do bosque, avistaram o que teriam de atravessar: um pequeno pedaço de terra medonho. Era um lugar feio, com árvores mortas e muito fogo, solo rachado. Rebeca ficou com muito medo, e viram que a partir dali eles teriam que seguir a pé, pois os cavalos não dariam conta de atravessar o caminho. Eles deixaram os cavalos e seguiram em frente.
Rebeca não sabia de onde tirava tanta coragem pra continuar seguindo aquele caminho sem saber onde daria. Ela achava que era a vontade de ir embora e voltar para casa que dava forças a ela para continuar. Eles passaram com muito esforço pelo caminho à frente e continuaram seguindo a pé. Rebeca às vezes caia machucando os joelhos. O caminho ficava cada vez mais difícil. Quando chegaram a um vilarejo, com vários dragões pequeninos, voando por toda parte. Era um vilarejo com casas antigas e havia dragões grandes também, mas não eram maus. Rebeca avistou a montanha e continuaram atravessando o vilarejo em direção a ela. A montanha tinha um forma estranha, ela parecia um dragão e Rebeca tinha colocar o colar no alto da cabeça do dragão, no topo da montanha. Então um dragão os parou e disse:
- Você é a garota que vai devolver a proteção para nossa terra?
- Sim.
- Fico feliz por isso, enfim vamos voltar a ter paz aqui.
Rebeca sorriu para o pequeno dragão e continuou sua caminhada. Ela chegou à montanha e começou a subi-la. Quando estava quase chegando ao topo da montanha, Pumpkin, a bruxa, apareceu. Ela era horrorosa e fedia. Tinha um nariz comprido e feio, cabelo laranja, todo arrepiado e bagunçado. Suas roupas eram todas esfarrapadas. Ela era medonha como descreveu Kika. Alguns gnomos seguraram Escobar impedindo que ajudasse Rebeca e Escobar gritou:
- Corre, Rebeca. Daqui pra frente é com você.
Rebeca correu em direção ao pedestal e a bruxa foi atrás, tentando fazer com que Rebeca não chegasse até lá. Rebeca corria e a bruxa lançava feitiços nela com sua varinha, que não pegavam em Rebeca, pois ela estava protegida pelo colar. Rebeca conseguiu chegar ao pedestal e colocou o colar no seu devido lugar. Nesse exato momento, a bruxa foi mandada de volta para o seu reino. Ela não poderia fazer mais mal aos dragões. Rebeca correu ao encontro de Escobar, que a beijou no impulso. Rebeca assustou-se, pois se achava nova demais para beijar, e que ainda não tinha percebido que sua idade mudara ali.
Kika e Kitikim apareceram e deram uma boa e uma má noticia a eles.
- Rebeca, agora que sua missão foi cumprida, você terá que ir embora.
Rebeca, ao mesmo tempo em que ficou feliz, ficou triste também, pois havia se apaixonado por Escobar. E ao mesmo tempo em que queria partir não queira ir também, mas seu tempo acabara ali.
Enfim, sem se conformar, Rebeca partiu e voltou para seu mundo.
Quando ela voltou, achou que nem havia saído do lugar, pois estava no mesmo lugar onde brincava com sua boneca, e voltara a ter 10 anos de idade. Rebeca correu para casa e deu um forte abraço em sua mãe, que ficou sem entender o porque da euforia da filha. Rebeca jantou e foi se deitar.
No outro dia, Rebeca foi para a escola e, quando entrou na classe, todos os alunos se assentaram e a professora apresentou o novo coleguinha:
- Crianças, esse é Escobar o novo coleguinha de vocês.
Rebeca sorriu, e viu que era seu cavaleiro. Escobar se sentou na carteira ao dela e disse:
- Eu vim por você, minha mocinha.
E então Rebeca e Escobar se tornaram grandes amigos e cresceram, casaram-se e tiveram filhos. E contaram a aventura deles para seus filhos, netos e assim sucessivamente.

Jéssica Martins - 208

Dê valor a quem merece

Chegando em casa Tulicis, notou que a porta da sala estava entreaberta, e nem a esposa estava em casa. Ele nunca tinha deixado de verificar as portas e as janelas quando saía.
Pois todos os dias ele saía às 5:00 da manhã e deixava sua esposa Aline em casa dormindo, que saía de casa às 7:00 da manhã. Então achou estranho a porta aberta e então entrou bem devagar, olhando tudo à sua volta. Na sala e na copa, parecia tudo normal, mas quando chegou no quarto se deparou com as portas do guarda-roupa abertas e vazias, então viu um envelope em cima da cama, sentou-se na cama e foi ler a carta que sua esposa Aline tinha deixado.
A carta dizia assim:
- Tulicis, não me julgue covarde por não ter tido a devida coragem de lhe falar tudo isso pessoalmente. Venho pensando sobre esse assunto há muito tempo, mas nunca tive coragem, pois sempre penso como eu poderia te dar essa carta, se já fui feliz a seu lado, se já te dei amor, etc. Olha, tomei essa decisão para o nosso bem, pois acho que precisamos de um pouco de atenção. Quem sabe você pense nesse assunto e ainda seja tempo de vivermos felizes?
E então Tulicis ficou desesperado, pois não sabia o que seria de sua vida sem sua esposa Aline. Decidiu ligar para ela para conversar. Insistiu, pediu perdão e ela apenas respondeu:
- Já havia lhe avisado que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, mas você não me escutou. Então acabou que eu desisti de você.
Moral da história: dê valor enquanto é tempo!

Victor - 208

O segredo do quarto

Os irmãos Catarina e Damião haviam encontrado uma estranha e pequena porta na parede do porão, mas sua mãe interrompeu a brincadeira chamando-os para se deitar... Tiveram de conter a curiosidade para o dia seguinte. Quase não conseguiram dormir. Passava mil coisas pela cabeça de cada um, mas enfim pegaram no sono.
No outro dia, chegando em casa depois da aula, foram direto ao porão. Quando chegaram ao porão, os irmãos descobriram que a porta estava trancada por um misterioso cadeado. Eles tentaram abrir com o molho de chaves da sua mãe de casa, mas nenhuma das chaves abriu o cadeado. Eles tentaram abrir com grampos, chaves de fenda e outras coisas, mas não conseguiram. Foi então que os irmãos decidiram perguntar para seus pais sobre aquela estranha porta no porão. Mas nem sua mãe nem seu pai sabiam nada sobre o que havia atrás daquela porta. Porém, a mãe dos meninos se lembrou de que quando eles mudaram para aquela casa o antigo dono havia esquecido uma caixa no sótão. Os irmãos se empolgaram com essa descoberta, mas a mãe deles falou que já era tarde e eles deveria ir investigar a caixa pela manhã. Os meninos ficaram nervosos, mas concordaram, já que no outro dia era sábado e não teriam aula.
No outro dia logo que acabaram de tomar o café da manhã, eles subiram para o sótão. Quando abriram a porta do sótão caíram várias caixas sobre a porta travando de um jeito que só passariam as crianças. Eles entraram e descobriram que lá, há muito tempo, não se fazia uma limpeza, mas como eles estavam mais preocupados em achar a caixa nem ligaram e começaram a procurá-la como sua mãe havia descrito. Depois de alguns minutos arrumando e procurando no sótão, eles avistaram uma caixa como descrita pela sua mãe. Uma caixa parecida com caixa de sapatos com um símbolo estranho, algo parecido com uma logomarca de uma indústria antiga. Eles a limparam e a levaram para a varanda da casa. Abriram a caixa e nela havia uma pasta cheia de folhas escritas numa língua estrangeira, uma agenda com alguns telefones, uma antiga foto de menina, uma caixinha de balas e a metade de uma chave.
Logo que os meninos viram a chave correram para contar para sua mãe e para tentar abrir o estranho cadeado. A mãe, já curiosa com a história da porta, foi junto com os meninos. Catarina ficou com a chave na mão e quando chegou em frente à porta, ela olhou para seu irmão e para sua mãe, colocou a chave no cadeado e a girou. Mas foi aí que os três perceberam que faltava uma parte. Os irmãos ficaram decepcionados com aquilo. Os olhos deles se encheram de água, mas a mãe foi logo apoiando os meninos e falando para eles procurarem a parte que faltava da chave na pasta ou na agenda que estavam na caixa. Os meninos reviraram a pasta e a agenda, entretanto não acharam nada.
Foi então que Damião teve uma ideia de ligar para uma das pessoas do telefone e perguntar sobre o paradeiro do homem que vivia naquela casa. Escolheram um dos nomes que havia naquela agenda, Tadeu. Ligaram para o número e ele atendeu, mas quando ele falou onde eles moravam, Tadeu desligou na cara de Damião. Damião ligou para outros números, mas a mesma coisa aconteceu. Assim que falava onde moravam, todos desligavam. Quando Damião já estava ficando cansado de tanto ligar ele resolveu ligar para uma mulher. Ela atendeu e quando falou onde morava a mulher ficou surpresa, mas não desligou o telefone, ela conversou um pouco com os meninos pelo telefone e marcou de se encontrar no domingo com os irmãos numa praça do bairro onde ela morava. A mãe dos irmãos concordou e os meninos marcaram o encontro. Mais tarde, quando o pai chegou, Damião e Catarina começaram a contar sobre o dia e mostraram para o pai aquelas folhas escritas em outra língua. Ele pegou a folha e começou a observar. Ele não tinha certeza de que língua se tratava, mas algumas palavras pareciam com outras que ele sabia o significado. E traduzindo essas palavras parecia um poema ou uma carta. No domingo, na hora marcada, a família inteira estava na praça esperando a mulher. Com alguns minutos de atraso uma senhora chegou ao local. Ela olhou para os meninos e deixou no local uma caixa e em cima da caixa havia um pedaço de uma chave. Ela olhou para os irmãos e os abraçou, então começou a conversar com eles:
- Eu sou filha do homem que morava na casa onde moram vocês agora. Me chamo Samanta. Eu nunca tinha entrado no quarto onde esta chave se encaixava. Mas adoraria saber o que tem dentro daquele quarto. Nunca pude entrar lá, já que era nova demais, e quando fiquei mais velha me mudei junto com a minha mãe para outra cidade. Meu pai, Mário, ficou na casa junto com seu quarto misterioso em que nem minha podia entrar. Mas faz uns dez anos que ninguém sabe para onde meu pai foi. Ele era botânico e viajava muito. Mas na última vez em que o vi, ele me deu um envelope e dentro do envelope tinha uma carta e um pedaço da chave do cadeado do quarto misterioso.
Os irmãos e Samanta foram até a casa onde se encontrava o misterioso quarto. Todos queriam saber o que tinha lá dentro. Quando eles chegaram ao porão, encaixaram as duas partes da chave, fazendo apenas uma. Eles colocaram a chave no cadeado e rodaram o cadeado e de modo bem estranho começou a abrir. Todos estavam ansiosos para saberem o que tinha atrás da porta. A chave foi movendo várias engrenagens, até que o cadeado se abriu totalmente. Os irmãos foram empurrando a porta até que ela se abriu e dentro havia vários quadros, muitos deles de flores conhecidas, outros de flores desconhecidas. E no meio havia dois quadros, e os dois com a menina da foto que os irmãos acharam. Os irmãos e Samanta acharam aquilo muito curioso. Eles foram olhando cada quadro e perceberam que atrás de todos os quadros de flores estava escrito a data e uma localização. E nos quadros da menina estava escrito o nome e uma data. Foi aí que os irmãos perceberam que a menina da foto na verdade era Samanta quando pequena. Samanta ficou intrigada, já que não tinha muitas fotos de quando era pequena. Então, Catarina viu que lá atrás tinha um quadro em branco com um bilhete. Ela pegou e começou a ler. No bilhete dizia:
- “Minha filha Samanta, provavelmente, se você estiver lendo esse bilhete deve ser porque você conseguiu reunir as duas partes da chave. Você deve ter percebido que este quarto está cheio de quadros. Queria que você desse esses quadros de flores para pessoas que você considere especiais. Os dois quadros com uma menina, na verdade é você e quero que fique com eles. Esse quadro eu iria começar, mas, como a doença que eu sempre escondi de você e de sua mãe piorou, eu não pude começá-lo. Eu preferi ir para outro lugar, a ver você sofrendo.”
Depois de ler esta carta, Catarina entregou para Samanta, que estava chorando. Ela enxugou os olhos e começou a sorrir, e falou para os irmãos para cada um escolher um quadro. Depois dos irmãos escolherem os quadros, Samanta pegou os outros e colocou no carro. Foi até os irmãos e os agradeceu por mostrar o que tinha no quarto e por saber o que aconteceu com o pai dela.

Arthur Cloto - 203

O misterioso ladrão

Chegando a casa, Túlio notou que a porta da sala estava entreaberta. Ele nunca deixou de verificar as portas e as janelas quando saía. Então, entrou bem devagar olhando tudo à sua volta. Na sala e na copa, parecia tudo normal. Continuou andando sempre com muita atenção. Quando chegou à cozinha... Ouviu um barulho estranho e foi entrando bem devagar, o barulho parecia com alguém mexendo em alguma coisa, Túlio foi chegando mais perto da cozinha, faltando menos de três metros da cozinha o barulho parou junto com Túlio.
Túlio estava paralisado de medo, quando de repente veio um grande barulho da cozinha, algo parecia ter caído no chão e quebrado. Na hora Túlio ficou mais branco que fantasma em noite de lua cheia, e correu mais rápido que pôde até o corredor do prédio. Quando chegou lá, ele se trombou com a vizinha e a derrubou. Ele estava tão assustado que mal pode falar alguma coisa. A vizinha, que não sabia o que estava acontecendo, começou a xingar Túlio de tudo o que era possível. Mas de repente ela parou de xingá-lo, não porque ele estava assustado, mas sim para pegar seu gatinho que ficava andando no corredor. Ela pegou o gatinho e entrou no seu apartamento. Túlio, que estava apavorado agora com o que estava no seu apartamento e com a vizinha, foi no síndico do prédio. Chegando lá, contou para o síndico o que havia acontecido. O síndico ficou assustado e foram até o apartamento. Já no apartamento, Túlio e o síndico entraram e foram para a cozinha e perceberam que na cozinha tudo estava revirado. O pote de vidro que estava em cima da geladeira estava quebrado, mas não tinha ninguém dentro do apartamento. Eles então resolveram ligar para a polícia.
Logo que os policiais chegaram, foram revistando todo o prédio de quatro andares, todo mundo que morava no prédio teve que descer até o térreo. Todos estavam preocupados, já que aquele era um bairro seguro e o prédio também era muito seguro, mas o síndico acalmou a todos. Quando os policiais voltaram da revista ao prédio, deram a notícia que nenhum suspeito havia sido encontrado e que agora todos poderiam voltar aos seus devidos apartamentos. Os únicos que deveriam ficar era Túlio e o síndico.
Quando todos já tinham subido para os apartamentos, o policial começou a falar que não havia sinal de arrombamento, que a porta deveria estar aberta e que dentro do apartamento o único cômodo da casa que estava revirado era a cozinha e que o meliante fugiu por uma janela da cozinha. Foi aí que Túlio questionou o policial, já que ele morava no segundo andar do prédio, mas o policial disse que o bandido pode ter andado pelo beiral do prédio e fugido. Então o policial perguntou para Túlio se havia alguma chance dele ter deixado a porta aberta. Túlio não sabia o que dizer, já que ele foi apenas à garagem pegar umas sacolas no carro e poderia ter deixado a porta aberta. Como nada havia sido roubado, tinha apenas uma bagunça na cozinha, o policial fez apenas um boletim de ocorrência e sugeriu para Túlio que tomasse mais cuidado com a porta da sua casa e foi embora. Túlio e o síndico ficaram mais um tempo conversando sobre o que poderia ser feito e decidiram apenas só terem mais cuidado, já que aquilo era um fato isolado naquele bairro e nada havia sido roubado.
Túlio subiu para o seu apartamento e viu que na porta à sua espera estava a vizinha que o havia xingado antes. Ela pediu desculpas a Túlio por tê-lo xingado daquela maneira na hora em que ele estava assustado por causa da invasão. Túlio concordou e chamou a vizinha para entrar. Mas ela não quis, já que era tarde e ela não tinha ainda alimentado seu gato biruta. Túlio, depois daquela confusão, foi tomar seu banho para dormir e tentar esquecer-se daquele dia.
No outro dia, quando saiu para trabalhar, Túlio checou a porta antes de sair e foi embora. Quando Túlio chegou do trabalho, viu que a porta estava normal e casa parecia normal. Então ele abriu as janelas para circular um ar e foi tomar um banho. Quando saiu do banho, Túlio ligou a TV e foi fazer um lanche. Quando Túlio chegou à cozinha, quase caiu para trás, já que a cozinha estava toda revirada e os bifes que tinha comprado, que estavam em cima do balcão, tinham sumido. De novo, Túlio não sabia o que fazer, mas dessa vez não era de medo e sim de perplexidade, já que ele não sabia se ficava com raiva por sua cozinha ter sido bagunçado pela segunda vez em dois dias ou se ria pelo ladrão só roubar uma sacola com alguns bifes. Túlio resolveu então ir até o apartamento do síndico e falar o que havia acontecido de novo. Depois de contar para o síndico, os dois desceram para o apartamento de Túlio.
Chegando lá, Túlio viu sua vizinha e chamou-a para ver também. Os três então decidiram não chamar a polícia, já que o ladrão só bagunçava e roubava comida. Foi aí que o síndico teve uma brilhante ideia, colocar uma câmera escondida na cozinha no outro dia e esperar o ladrão atacar de novo. Túlio e a vizinha concordou com a ideia e ficou combinado que no outro dia Túlio chegaria do trabalho, abriria todas as janelas do apartamento e viria para o apartamento da vizinha junto com síndico e esperaria o ataque do ladrão.
No outro dia, Túlio fez como o combinado e foi para o apartamento da vizinha, os três ficaram conversando e brincando com Biruta, o gato. Quando já era tarde foram os três no apartamento de Túlio e viram que não tinha nada revirado na casa dele, estava tudo normal e em paz. Então eles marcaram deixar mais uma vez a câmera escondida e todos irem para um restaurante. Todos concordaram e no outro dia Túlio chegou do trabalho e foi os três jantar num restaurante. O jantar estava bom, mas eles tinham que voltar para ver se o ladrão iria atacar de novo ou iria parar só com alguns bifes.
Quando eles chegaram ao apartamento, tiveram uma surpresa: agora não era apenas a cozinha que estava uma bagunça, mas também o banheiro. E tinha sumido o prato de bifes que estava no balcão da cozinha e uma toalha que estava no banheiro. Já que estava tudo filmado, os três resolveram chamar a policial para ver as filmagens junto com eles.
Quando o policial chegou, foi decidido não alamar os outros moradores do prédio. E foram os três mais o policial para a delegacia ver o filme que mostraria quem era o misterioso ladrão. O policial chamou o delegado para ver também quem era o ladrão. Eles colocaram e depois de alguns minutos de filmes apareceu o misterioso ladrão, mas ninguém ficou espantado, todo mundo que estava na sala vendo o filme caiu foi na gargalhada, o ladrão na verdade não era um ladrão, mas sim um gato, o gato da vizinha, Biruta.
Ele andava pelo beiral do prédio e entrava pela janela da cozinha e ficava fazendo bagunça na cozinha fuçando os armários e o lixo, e comia a carne que estava na vista dele. Mas da última vez ele aproveitou que não tinha ninguém para incomodá-lo e foi vistoriar a casa, levando uma toalha de brinde. Depois de ver o filme e de rir muito, o delegado encerrou a investigação do assalto ao apartamento de Túlio. Túlio, o síndico e a vizinha voltaram para o prédio rindo muito. Quando chegaram na casa da vizinha, encontraram o gato ladrão, Biruta, deitado na toalha roubada e com uma cara de quem está passando mal de tanto comer, e todos começaram a rir de novo.

Diego Maia - 203

A vida é boa: não sabemos aproveitar

Onofre e Maria haviam acabado de jantar quando a campainha tocou. Foram atender e um estranho casal estava na porta, já os cumprimentando e entrando pela sala. O homem tirou de um bolso do paletó um caixa, que passou para a sua mulher, e uma pasta do outro bolso.
Espantados, Maria foi logo sendo abordada pela senhora e sua caixa, e Onofre vendo aquela pasta recém-saída de um bolso se abrir diante dele ficou surpreso com que havia dentro da pasta que não parava de olhar admirado por alguns momentos aquela beleza de coleção de selos que ele nunca podia imaginaria ver novamente. Maria nunca pensava que aquela coleção de selos, que seu marido tanto amava, fosse aparecer novamente. Porque naquela época Onofre as vendeu para pagar o tratamento de Joaquim que se encontrava muito doente.
Onofre não tinha condições, aí teve que vender sua coleção selo. Ele colocou à venda em jornais, rádios, e se passaram dias, semanas, um mês, e nada de alguém entrar em contato. Onofre em sua casa, sem esperança, olhando para Joaquim dormindo em sua cama, com seu pensamento a Deus, pergunta:
- Se você existe, me ajude. Meu filho está aqui entre a vida e a morte. Não sei o que mais fazer para salvar sua vida. Não tenho dinheiro, nada nessa vida a não ser meu filho e minha esposa Maria. Nem essa casa é nossa. Eu sei que não tenho tido muita fé ultimamente em você. Maria acredita ainda que vá acontecer um milagre. Como gostaria de ter fé nisso, mais não posso. Quanto mais tempo passar, as chances de Joaquim vão diminuindo.
Sem perceber que Maria o observava, ele se deitou próximo de Joaquim passando a mão em sua cabeça e suspirando:
- Filho, te amo muito. - E pedindo: - Não tire meu filho de mim.
Foi assim até adormecer ao lado dele. Maria então pegou um lençol e jogou em cima deles, apagou a luz e saiu do quarto. No dia seguinte, ao acordar, estranha não encontrar Maria do seu lado. Levanta-se, vai se até a cozinha e vê Maria fazendo café, e pergunta:
- Meu bem, você não dormiu em nossa cama noite passada.
- Não, Joaquim. Estava lá com você. Não quis incomodar. Então me deitei no quarto dele.
- Falar nisso, cadê ele?
- Saiu com dona Margarida para uma biblioteca que acaba de ser inaugurada em nosso bairro. Há dias, ela vem falando comigo para ir com ela para ele distrair um pouco.
Então ele se sentou à mesa para tomar seu café junto com sua esposa. Ela ficou observando-o com um olhar distante e pensou em comentar sobre a noite passada, que ouviu sua conversa, mas ficou sem jeito de tocar no assunto. Enquanto isso, Margarida e Joaquim estão a caminho da biblioteca. Ele todo alegre porque poderá ler livros e escutar histórias de dona Margarida. De longe, se houve os fogos de artifício para a grande inauguração. É esperada grande multidão: pessoas com prefeito Cabal e sua elegante esposa Fátima, empresários, comerciantes. Mas ninguém sabe que a grande ideia partiu de seu Manoel, grande empresário do ramo da construção civil. Desde criança ele gostava muito de escutar historinhas de sua mãe antes de dormir e de livros. Mas, como naquela época sua família não tinha muitas condições financeiras, ele não podia ler muitos livros. Não existiam bibliotecas públicas nem muitos livros na escola. Joaquim e Margarida entraram na biblioteca. Eles ficaram maravilhados pela quantidade de prateleiras altas e livros. Se sentaram à mesa, ele pegou um livro e pediu dona Margarida que contasse a história para ele. Se tratava do menino que não tinha amigos porque era doente.
- Nem sei se meu pai vai conseguir dinheiro para meu tratamento.
- Vai sim, Joaquim. Não perca a esperança, que você ainda vai tem muitos anos de vida e muitos amigos.
Seu Manoel, escutando aquela conversa, pergunta um senhor do seu lado:
- Você conhece aquele garoto?
- Sim, ele é filho de seu Onofre. Colocaram uma coleção de selos à venda para pagar o tratamento daquele garoto. Ele já até anunciou em rádios e jornais, mas até hoje nada.
A noite chega. Joaquim e Margarida percebem que está na hora de voltar para casa, depois de um tarde de muitas histórias. Chegando em casa, Maria pergunta:
- Como foi na biblioteca?
- Foi maravilhoso, mãe. Margarida contou muitas histórias para mim.
Naquele mesmo momento, do outro lado da cidade, Manoel pensava no que PODERIA FAZER PARA AJUDAR. Ao amanhecer, Onofre foi surpreendido com a campainha e vai atender a porta.
- Bom dia, aqui que mora Joaquim?
- Sim, sou pai dele. Como posso ter ajudar?
- Vim aqui comprar uma coleção de selos.
- Entre. Sente-se. Vou pegar.
Sem acreditar no que tinha acabado de acontecer, entrou no quarto.
- Maria, um milagre. Tem um senhor lá na sala que vai comprar os selos. Vai dar para pagar a operação de Joaquim.
Ele levou a coleção de selo até a sala e mostrou a Manoel, que pergunta qual seria o valor. Por um momento, Onofre ficou em silêncio sem saber o que responder.
- Para que mesmo você precisa vender esses selos?
- Para pagar o tratamento do meu filho.
Seu Manoel tira a carteira do bolso, pega o talão de cheques e assina. Entrega a Onofre sem valor algum.
- Pra que isso?
- Para pagar o tratamento do seu filho. Com essas coisas de hospital, gasta-se muito.
Passaram anos e Joaquim se tornou um grande escritor. Seu pai e sua mãe ficaram muito orgulhosos de seu filho.
- Oi, meu nome é Mateus. Como foi difícil achar vocês. Foram muitos anos à procura. Meu pai pediu, antes de morrer, para que devolvesse esses selos para o senhor, mas nunca os encontrei depois daquele dia. Ele teve que se mudar para outra cidade por causa dos seus negócios e até enviou uma pessoa para entregar para você, mas você não morava mais na mesma casa.
- Agradecido, mas não posso aceita.
- Mas esse era seu último pedido. Ele ficou muito feliz por Joaquim se tornar um grande escritor.

Alexandre - 208

Sem título...

Samanta havia arrumado um novo emprego. Feliz da vida, ela chegou meia hora mais cedo ao novo emprego e começou a arrumar os papéis. Faltando 15 minutos para os outros funcionários chegarem, ela ouviu um barulho estranho no cômodo de arquivo. Com bastante medo, ela se encaminhou para lá. Chegando no cômodo ela viu que tinha tantos papéis que os armários não comportavam mais esses documentos. Quando Luiz (o chefe) chegou, para impressionar, ela se ofereceu para arrumar a papelada. Passou uma semana arrumando e a sala ficou perfeitamente um brinco. Com isso ela teve uma aproximação com Luiz e sem querer gerou ciúmes nas funcionárias mais antigas. Ele era novo, bonito, charmoso, tudo o que elas queriam, mas sem perceber Luiz também foi olhando Samanta com outros olhos. E Samanta nem percebia, achava que era só o jeito dele mesmo.
Com o passar do tempo, Camila outra funcionária, foi abrindo os olhos de Samanta, era a única amiga que ela tinha no escritório.
Camila disse:
- Samanta, ele está caidinho por você.
Samanta disse:
- Que nada, ele sempre foi assim comigo, e outra coisa, ele é rico e não vai querer nada comigo, que sou pobre e não tenho onde cair morta. A família dele nunca vai me aceitar.
Camila disse:
- Então fica esperta, ele ainda vai se declarar.
Samanta disse:
- Deixa de ser boba Camila.
Passando-se os dias, Samanta ficou pensando no que Camila tinha dito. Acabou pensando demais em Luiz e não pensava mais em nada a não ser no seu chefe. Foi se apaixonando sem querer.
Um dia, uma entrega foi atrasada e Samanta teve de esperar. Luiz percebeu e ficou também no escritório para poder ter uma chance de conversar com Samanta. Dito e feito, ficaram até chegar a entrega e Luiz ofereceu uma carona pra Samanta até a casa dela, e ela cansada aceitou. Chegando na casa de Samanta, ela se despediu, agradeceu e desceu rapidamente do carro, entrando em casa. Olhando da janela de seu quarto, percebeu que ele ficou lá parado por uns minutos e depois foi embora.
No dia seguinte, foi trabalhar e já não se aguentava mais. Para ela, era o fim ficar do lado de Luiz e não poder contar que o amava, pois ela tinha medo dele não entender e perder o emprego. No horário do almoço dela, Luiz apareceu no restaurante que Samanta estava e se ofereceu para se sentar à mesa com ela, e desabafou, dizendo:
- Samanta, não sei nem como dizer, mas o que eu tô sentindo por você é uma coisa inexplicável. Você, com esse jeito simpático e simplesmente lindo, amarrou o meu coração, e eu não paro de pensar em você. Ontem pensei em te chamar na sua casa, mas não tive coragem e te deixei ir embora. Eu fico no escritório o dia inteiro te olhando pela porta de vidro: o jeito que você trabalha, conversa e age me conquistaram. Por favor, Samanta, não me entenda mal, mas eu estou apaixonado por você.
Samanta estava almoçando e engasgou com a comida e pensou:
- Meu Deus, eu tô sonhando? Isso não tá acontecendo? O que eu faço agora? Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii....
Luiz falou com Samanta:
- Ai, Samanta, eu sei que não deveria ter falado isso com você desculpa. Olha, hoje mesmo estou viajando para o exterior e você não vai me ver tão cedo. Me desculpe. Tchau...
Samanta ficou branca, amarela, roxa e não sabia o que fazer, e pensando no que fazer ela grita:
- Luiz, espera!
Luiz olhou pra trás e ela continuou:
- Eu também eh..., eu também estou apaixonada por você! Por favor, não vai embora.
Luiz olhou com uma cara de satisfação, voltou e deu um beijo em Samanta. Ela explicou que não teve coragem, pois tinha medo de perder o emprego, das pessoas entenderem mal.
Ele disse:
- Isso não tem problemas, a gente supera. Agora, sério. Posso te fazer uma pergunta, Samanta?
- Claro!
- Você que namorar comigo?
- Nossa, tô com vergonha, sou muito tímida.
- Desculpa! Mas fica comigo.
Passou-se tempos e tempos e os dois namoraram com várias intervenções das funcionárias que não deixavam Samanta em paz, inventando historinhas com o nome do Luiz. E falavam mentirinhas com o nome da Samanta para Luiz. Tudo pra fazer eles brigarem e isso só fortalecia mais a relação.
Samanta e Luiz se casaram e tiveram dois filhos, Maria Clara e João Vitor. Foram morar no exterior, continuaram trabalhando juntos. Seus filhos estudaram nas melhores escolas da Europa. Maria Clara se formou como médica e João Vitor ainda faz faculdade de Odontologia. Samanta e Luiz hoje curtem a velhice juntos e com muita alegria, pois o amor deles nunca se esfriou. Pelo contrário, cada dia que se passou foi mais lindo que o outro.
E assim acaba minha historinha.

Lorena Fonseca - 208

Memórias e tragédias

Domingo de manhã. Túlio chegou em casa e notou que a porta da sala estava entreaberta. Ele nunca deixou de verificar as portas e as janelas quando saía. Então, entrou bem devagar olhando tudo à sua volta. Na sala e na copa, parecia tudo normal. Continuou andando sempre com muita atenção. Quando chegou à cozinha, notou que havia alguém abaixado. Não podia destingir o sexo, pois estava com uma capa preta. Havia sangue por toda cozinha. Túlio ficou apavorado, não sabia o que fazer. Afinal de contas, pra que e porque alguém tentaria matar um velho na cozinha de sua casa? Não tinha inimigos, não falava com ninguém, a única pessoa que ele podia considerar assim era o assassino de sua mãe. Túlio e seu irmão, Mike, tinham presenciado o assassinato de sua mãe. Tinham 6 anos. Depois do episódio, foram pra adoção. Túlio nem se lembrava do irmão. Os pais adotivos de Túlio morreram dois anos atrás em um acidente de carro.
Túlio se lembrou do que estava acontecendo em sua casa. Queria chamar a polícia, mas o telefone encontrava-se muito longe e suas pernas estavam paralisadas com o medo. Túlio, tremendo, chegou mais perto do que parecia ser uma criatura vinda de filmes de terror. Era um velho aparentando ter uns 60 anos, com uma doença respiratória, ou talvez a respiração do velho pudesse ter acelerado com o susto e a adrenalina. Mas para Túlio não importava. Não quis chegar muito perto; no entanto, em um súbito momento de preocupação, quis socorrer o pobre senhor caído no chão.
_ O que houve aqui, senhor? – Perguntou em tom áspero e preocupado.
Mas o velho parecia não ter forças pra falar sequer uma palavra. Túlio ligou para a polícia, queria ajudar de alguma forma, mas sabia que não faria nada significante. Tinha 21 anos e era quase agorafóbico. No telefone, uma voz rude dizia:
_ O que está acontecendo? Onde você está, rapaz?
Muito tempo depois de passar seu endereço ao policial, dois carros de polícia com a sirene ligada chegaram a sua casa. Homens com coletes a prova de bala entraram agressivamente em sua cozinha, com armas potentes na mão.
Duas horas depois, Túlio se via em um hospital, com as mãos sujas de sangue, meio tonto e com as ideias confusas. O médico chegou à sala de espera perguntando se Túlio era parente do senhor. Túlio fez que não com a cabeça. O velho entrara em estado de coma.
Túlio voltou pra casa. As marcas de sangue permaneciam no chão da cozinha. Encostou-se na parede tentando assimilar as coisas. Foi tomar um banho e se deitar, não pensava em mais nada além de dormir, acordar no outro dia e ver que aquilo tudo foi um sonho. Logo embaixo de sua luminária havia um bilhete, com um desenho que parecia ter sido feito por um garoto de 5 anos. Uma carinha com uma frase ameaçadora logo embaixo. Túlio saltou de susto. Não se lembrava de ninguém que o odiasse tanto a ponto de tentar matar um velho em sua cozinha.
Dois dias depois, Túlio voltou ao hospital. Mas não obteve resposta nem pistas vindas do velho. Infelizmente, o senhor não tinha documentos e tinha falecido naquela manhã. Passou pela sua cabeça ser algum parente distante, mas a ideia logo foi embora. Todos os seus parentes moravam do outro lado do país.
Faltavam alguns dias para seu aniversário, Túlio mal sabia se ainda estava vivo. O carteiro passou deixando um cartão colorido desejando-lhe parabéns. A mesma letra e desenho do cartão do assassino (ou quase) ilustravam o cartão.
Naquela noite, Túlio tentava se distrair. Tentou ler um livro, mas logo foi interrompido por um homem parado na porta de seu quarto. O homem tinha um semblante cansado, mas lembrava astros de filmes de Hollywood. Usava um terno preto e era intrigantemente misterioso, familiar. Túlio tentou fugir, mas o homem era mais veloz.
Túlio sentiu a pancada em sua cabeça e apagou. Acordou dentro de uma câmara, amarrado em uma maca. Estava prestes a morrer.
O assassino sussurrou em seu ouvido: “Você se lembra de mim?”. Fazendo ele se lembrar do dia em que viu sua mãe sendo morta. Era Mike, sei irmão. Mas não fazia sentido. Ser morto pelo irmão, que tentou assassinar um velho em sua cozinha?
Mike estava nervoso, dava pra sentir a raiva em sua fala. Ficou calado durante alguns minutos. Então, começou a andar de um lado para o outro contando sua vida desde que foi deixado em um orfanato.
Decidiu soltar o irmão. Túlio não entendia porque tanto ódio. O irmão tinha se tornado um assassino, assim como o homem que matou sua mãe. Mike queria que o irmão o compreendesse, o ajudasse. Mas ele nunca foi capaz de matar as baratas de seu quarto. Ficou apavorado, começou a correr pela casa. Mike foi atrás. Depois de algum tempo, Mike entrou no mesmo cômodo que Túlio estava escondido. Tinha uma arma. A adrenalina fez Túlio prender o pescoço do irmão por trás com um arame, deixando a arma cair. Túlio jogou Mike para frente e pegou a arma do chão. Mal conseguia segurá-la, suas mãos tremiam. Em um susto, Túlio disparou, acertando a perna de Mike. Correu para a saída, mas todas as portas estavam trancadas. Teve que quebrar a janela.
Alguns minutos depois, Túlio revivia a situação que tinha passado dias atrás, com o velho no hospital. O médico perguntava se Túlio era parente de Mike, demorou até conseguir falar que era seu irmão. Túlio entrou e depois de alguns minutos, o irmão acordou, mas não disse nenhuma palavra. Túlio se desculpou pelo tiro, disse que tinha de atirar, ou morreria. Mike riu.
Túlio saiu do hospital em choque. Depois de conversar com o irmão, descobriu que o velho era seu pai. Mike sempre odiou o pai. Decidiu matar ele quando descobriu que abandonou sua mãe, mandou matá-la, e fugiu com outra. Não sabia pra onde ir. Então voltou pra casa. Mil coisas passavam por sua cabeça. Seu pai mandou matar sua mãe. Seu irmão tinha reaparecido e se tornado um assassino, matou seu pai e estava à beira da morte, no hospital, após tentar matá-lo.
Chegou em casa, a arma de Mike estava no chão do quarto. A polícia estava chegando. Sempre foi muito lenta. Tudo tinha acontecido rápido, e Túlio morava quase no fim do mundo. Pegou a arma, e junto com o barulho dos policiais derrubando a porta, ouviu-se um tiro.
No chão do quarto, estava agora o corpo de Túlio. Não perderia nada, não tinha nada. Depois do que aconteceu aquela semana, só sentia culpa e desespero. Os policiais levaram o corpo de Túlio, os médicos tentavam reanimar Mike, depois de uma hemorragia. No final, estavam todos juntos, o pai, os filhos e a mãe. Todos mortos. Poderia ser diferente. Mas às vezes os fracassos são melhores que os êxitos. Pelo menos pra eles.

Kelly – 207

As experiências

Samanta havia arrumado um novo emprego. Feliz da vida, ela chegou meia hora mais cedo ao novo emprego e começou a arrumar os papéis. Faltando 15 minutos para os outros funcionários chegarem, ela ouviu um barulho estranho no cômodo de arquivo. Com bastante medo, ela se encaminhou para lá tremendo igual a uma vara verde. Ela abriu a porta e entrou bem devagar naquela sala escura e cada vez com mais medo, mas a curiosidade não deixava ela sair dali. Então, no canto da sala de arquivos, o chão começou a tremer e ela foi se aproximando quando um vento bateu e fechou a porta. Com o barulho, ela se assustou e saiu correndo deixando tudo para trás. Ela encontrou alguns funcionários da empresa, tentou falar com eles o que tinha acontecido, mas ninguém acreditou. Então seu chefe, vendo aquela situação em que ela se encontrava, deixou ela ir embora.
Meio desnorteada com o acontecido, Samanta chegou na casa de seus pais e foi tomar um banho e ali ela ficou pensando o que era aquela atividade paranormal que havia acontecido no seu serviço. Ela passou a noite totalmente em claro. Quando ela conseguiu fechar os olhos por um minuto, começou a passar uma batalha no seu sonho, e de repente ela ouvi uma voz, gritando:
_ Só você poderá me ajudar para salvar toda a humanidade, Samanta; Senzu está à solta!!!!!!
Com essa visão, ela acordou desesperada por volta das 5 horas da manhã e começou a procurar na internet alguma lenda ou alguma coisa que estava ligada ao tal Senzu. Não encontrando nada, ela se arrumou e foi trabalhar.
Chegando no seu serviço, ela trabalhou normalmente e quando chegou ao fim do expediente ela entrou de novo no cômodo de arquivo e de novo o chão começou a tremer, mas ela não fugiu dessa vez e ficou; quando de repente apareceu um jovem. Ele possuía um olho estranho e uma espada, com roupas sujas e rasgadas, e com uma cara de bravo e com uma voz muito grossa, ele falou:
_ Por favor, não corra!
E ela, com cara de medo e com os olhos cheios de lágrimas, disse:
_ O que você quer, de onde você veio e quem é você?
_ Eu vim do futuro e preciso da tua ajuda para que juntos possamos derrotar Senzu.
_ Mas quem é esse tal de Senzu?
_ Ele será a pessoa que irá liderar uns grupos de experiências do governo que se revoltaram e estão vindo para pegar você, e com isso dominar o nosso planeta.
_ Mas como assim, experiências?
_ Guerreiros que têm poderes inacreditáveis, que irão servir para guerras.
_ Mas quem é você?
_ Eu sou...
Quando esse jovem iria dizer quem era, chegou um grupo de pessoas quebrando a janela, algumas eram pequenas, umas com rostos deformados e etc.
Então o jovem virou para Samanta e falou:
_ Não faça nenhum movimento brusco e confie em mim. - Esticando sua mão a ela.
Quando ela segurou a mão dele, aquele grupo foi para cima dele e começou então uma briga sangrenta, mas eram muitos e ele não conseguiria cuidar de todos. Então ele saiu correndo e pulou a janela e começou a correr na estrutura do prédio segurando Samanta. Então ele entrou dentro de um carro e saíram em fuga.
Dentro do carro teve a conversa:
_ Quem eram eles e quem é você?
_ Meu nome é Dante e vim do futuro. Eu era uma das experiências do governo, mas só eu e Senzu que demos certo. Fui o único a não me revoltar tanto contra o governo, pois eu só queria minha liberdade e ser como outra pessoa normal e por isso eles também estão atrás de mim. E eu não sou mais forte do que ele, por isso peço sua ajuda!
_ Mas por que eu sou a única que pode te ajudar a enfrentar esse tal de Senzu?
_ Porque nós somos descendentes de você, e é a única que tem as habilidades mais fortes do que ele: você tem as verdadeiras habilidades.
_ Como assim, habilidades?
_ Você tem poderes inacreditáveis.
_ Mas eu nunca levantei nada com a mente, nunca tive superforça e também nunca levitei.
_ O que eu sei é que você terá seus poderes e seu destino.
Então eles foram para casa dos pais de Samanta. Chegando lá, eles deram de cara com Senzu, que com um simples golpe matou os pais de Samanta, e de repente sumiu!!
Samanta começou a revelar seus poderes: as cadeiras da casa começam a ir de um lado para outro, a televisão espatifou em um instante. Os poderes de Samanta eram tão fortes que se Dante não fosse esperto iria morrer. Então Dante a abraçou e a acalmou. Então Samanta caiu no chão desmaiada, e Dante a pegou e a teletransportou para futuro.
Depois de três dias desacordada, Samanta levantou-se com um apetite de vingança, mas seus poderes eram inúteis sem saber usá-los. Então Dante resolveu treinar Samanta até ela saber como usá-los contra Senzu.
Passou-se uma semana de treinamentos longos e difíceis e Samanta já estava controlando todos os seus poderes e pronta para enfrentar a pessoa que matou seus pais.
Então eles se prepararam e foram até o esconderijo de Senzu. Chegando lá, tinham mais de cem experiências no portão esperando que eles fossem lá; numa batalha sangrenta, os dois lutaram juntos até matar a todos.
Quando eles chegaram no saguão principal, onde ficava Senzu, tinham muitas experiências e até pessoas do governo protegendo ele.
Samanta então perguntou para Senzu:
_ O que você quer de mim?
_ Eu quero é pegar seus poderes e me tornar o rei desse mundo!!!
Então, de repente, Dante levou um golpe na boca, a força era tanta que ele foi jogado longe, Samanta acabou não conseguindo reagir e também foi golpeada.
Dante, diante dessa situação, tentou atacar, mas foi detido facilmente. Então Senzu o matou. Samanta vendo aquela situação ficou furiosa e começou atacar a todos, deixando completamente destruído aquele lugar e restando somente Senzu vivo.
Então começou aquela batalha que não acabava nunca. Nenhum queria ser derrotado, até quando os dois estavam cansados. Então Samanta aproveitou o cansaço de Senzu e lhe deu um golpe fatal em seu coração com a espada de Dante.
Depois de tudo o que aconteceu e com Senzu morto, Samanta percebeu que mesmo ele estando morto não iria adiantar nada, pois ela era a peça chave.
Então ela resolveu voltar no passado exatamente no dia em que nasceu, matou todos os médicos, e com lágrimas no rosto ela se despediu de si mesma perfurando o coração dela recém nascida, seu corpo então foi desaparecendo aos poucos. Sua mãe a olhou no rosto e com isso o rosto de Samanta ficou gravado em sua mente.

Eslon Teixeira - 203

Mudando para casar

Pablo e Mary haviam acabado de jantar, quando a campainha tocou. Foram atender e um estranho casal que estava na porta, já os cumprimentando e entrando pela sala. O homem tirou de um bolso do paletó um mostruário, que passou para a sua mulher, e uma pasta do outro bolso. Espantados, Mary foi logo sendo abordada pela senhora e seu mostruário, e Pablo vendo aquela pasta recém-saída de um bolso se abrir diante dele ficou espantado, e o estranho homem começou a fazer várias perguntas:
- Vocês vão mesmo se casar? Quando? Onde?...
A mulher dele logo mostrou o mostruário de viagem para Mary. Mas Pablo, muito desconfiado, mandou o casal ir embora.
Pablo não sabia, mas aquele casal suspeito tinha ido lá a mando de suas primas Nanda e Lena, que não estavam acreditando que o seu primo e melhor amigo ia se casar, pois Pablo tinha uma fama enorme de pegador, ficava com várias mulheres ao mesmo tempo e, além disso, era muito irresponsável. Nanda e Lena não conseguiam imaginar Pablo subindo ao altar da igreja.
Um dia antes, na casa de Pablo, ele deu um jantar para a sua família para falar que ia se casar com Mary. Por isso, Nanda e Lena mandaram o casal ir à casa de Pablo, mas não deu certo. Então, as duas resolveram ir lá na casa de Pablo para fazê-lo desistir desta história maluca de se casar.
Chegando lá, Pablo não estava em casa, e Tina, a mãe de Pablo e tia das duas, ficou conversando com elas. Nanda já foi reclamando:
- Tia, mas como assim, não foi sério o que o Pablo falou, não né?
- Ah, Nanda, eu não sei de mais nada. Cheguei a pensar que era brincadeira, mas agora já tô até acreditando. - Falou Tina.
Ficaram discutindo um bom tempo sobre como o Pablo era imaturo para se casar, até que ele chegou.
- Bom dia, minhas queridas. - Falou Pablo com as meninas.
- Bom dia, nós viemos aqui para falar com você, e é muito sério.
Lena começa o assunto logo falando:
- Você não vai mesmo se casar, não é meu querido?
- Como assim. - Pergunta Pablo e já respondendo. - Claro que vou, eu AMO a Mary.
- Não, não, não, não, você “AMA”? Ah, Pablo, vamos combinar. Você então a “ama” e mais milhares. - Diz Nanda encabulada.
- Que isso, Nanda. É verdade.
- Ah, para! Todos estão cansados de saber que você sai com várias ao mesmo tempo.
- Mas com ela é diferente. - Pablo tenta explicar.
As meninas resolveram ir embora para não discutirem com Pablo, pois elas gostavam muito da amizade dele. Elas saíram até aliviadas, pois sabiam que Tina também não concordava com esta história de casamento. Elas resolveram procurar a tal de Mary, que por sinal não gostava muito de Nanda. Lena convenceu Nanda de ir sozinha para conversar com Mary. Chegando ao apartamento dela, ela estava de saída, mas Lena falou:
- Olha, preciso falar com você.
- Bom, vai demorar? Porque tenho que fazer um trabalho de faculdade.
- Bom, não vai demorar não, mas se for o trabalho que espere.
- Então fala Lena, o que foi?
Lena até tentou ser discreta para falar, mas não deu muito certo não.
- Olha, você sabe que o meu primo não é homem de uma mulher só. Então, que história é esta de se casar com ele?
- Lena, eu estou mais do que apaixonada pelo Pablo e ele por mim. Eu confio nele e sei que ele é fiel a mim.
- Ah, para. Fala qual é o seu interesse em casar. Não. Nem me diga que é só porque ele é rico? Ah, nem me responda que eu sei. É, agora que caiu a ficha, você é uma interesseira.
- Não é nada disso. Eu gosto dele sim. E como você vem aqui na minha casa para falar isso, já até sei foi a Nanda que falou isso com você. Pois saiba que Nanda só tem birra comigo porque já namorei um ex-namorado dela.
- Eu sei muito bem desta historia, mas a questão agora é outra, você só quer se casar para ficar rica.
- Olha, eu já falei e agora vou gritar: EU O AMO e é a mais pura verdade.
- Bom, pelo menos já descobri o que você quer com o meu primo. Agora vou embora.
Lena chega em casa e conta como foi a “conversa” com Mary e fala que Mary é uma interesseira. As duas já não concordavam, agora elas não “aceitavam”. É que quando seu avó morreu deixou uma fortuna enorme para os netos. Por isso Pablo estava financeiramente seguro. Realmente, a fortuna era muito grande. Por isso e pelo fato de Pablo ser um galinha, que elas não acreditavam que isso ia dar certo. E falaram para toda a família que Mary era uma interesseira.
Nanda e Lena sempre tiveram tudo o que queriam, e elas achavam que poderiam controlar a vida dos outros do “jeito que elas achassem melhor”.
O problema é que às vezes nós queremos que tudo seja do nosso jeito, e achamos que do “nosso jeito” tudo seria bem melhor. Aos nossos olhos, realmente é tudo bem melhor. Bom, a maioria das pessoas já deve ter pensado: “se o mundo fosse do meu jeito seria bem melhor”. Isso é fato, mas as outras pessoas também têm seus pontos de vista e acham que o que elas fazem é o melhor. Por isso, não devemos julgar ou muito menos brigar com as pessoas apenas porque achamos que o nosso “melhor” é melhor que o delas. Tem vezes que este “achamos” nosso, pode não ser o melhor.
Mary realmente estava gostando muito de Pablo, apesar de saber todos os seus defeitos, “aliás quem não tem defeitos, não é?”. Mas ela não imaginava que iria gostar tanto dele assim, e ela sabia que poderia mudá-lo. Bem, ele já estava mudando. Pablo já era outra pessoa.
Mas Nanda e Lena só estavam pensando agora em um jeito de acabar com o casamento. Já tinham até um plano em mente.
Mas elas não sabiam que Pablo estava realmente mudando por causa de Mary. Depois que ele começou levá-la a sério, ele parou de sair com as outras mulheres. Mary tinha uma, ou melhor, várias coisas que chamava a atenção de Pablo, mas uma delas era o fato dela ser mais quieta e reservada. Todas as vezes que ela namorou tinha sido sério mesmo. Isso encantava Pablo, pois era a primeira vez que ele estava namorando sério.
O tempo estava passando, Pablo e Mary estavam cada vez mais apaixonados um pelo outro. Os preparativos do casamento estavam quase prontos. Os convites já tinham sido entregues. Vitor, irmão de Pablo que morava no Canadá, já tinha até chegado, aproveitando que o seu irmão ia se casar para vir ficar uns tempos no Brasil.
Nanda e Lena tentam deixar Vitor contra Pablo, mas Vitor estava até gostando desta história do seu irmão se casar. Ele acreditava que assim Pablo ia tomar responsabilidade. As duas discordavam e continuavam bolando um plano para acabar com o casamento.
Passam dias e dias e finalmente chega a véspera do casamento. As meninas tinham passado este tempo todo sem falar com Pablo, ele também numa correria toda nem parou para dar um telefonema para elas. Elas resolveram ainda que uma delas ia conversar com o Pablo antes de tomar qualquer atitude drástica. Nanda resolveu ir. Lena só falou para Nanda não perder a cabeça, e conversar com ele numa boa.
Nanda foi à casa de Pablo. Ele não estava e tina falou:
- Nanda, ele foi à costureira ver os últimos acertos no terno.
- Nossa, tia. E aí? Como você tá? Sabendo que é amanhã o casamento.
- Ah, já até estou aceitando mais. Eu não posso fazer nada se ele gosta dela. É melhor que a leve a sério mesmo, né.
Nanda pegou o endereço da costureira e foi pra lá. Quando chegou, ele estava bem experimentando o terno.
- Nossa primo, como você está lindo.
- Nanda, que surpresa, quanta saudade.
Ele corre e dá um abraço apertado nela.
- Nanda, e Lena, como está?
- Ela está bem.
- Nossa, vocês duas sumiram. Eu queria tanto que vocês me ajudassem com os preparativos, a Lena é ótima em decoração. Vou até ligar para ela dar um pulo lá no salão, para ela dar uns palpites de como está ficando. Ela não tá muito ocupada não, está?
- Não.
- Nossa, o que foi Nanda? Você não parece estar muito bem.
- Olha, Pablo. Eu estou precisando conversar com você.
- Bom, então vamos almoçar e nós conversamos.
Chegando ao restaurante, Nanda só pediu uma água enquanto Pablo como sempre pediu um monte de comida.
- Nossa, Nanda. Você está me preocupando.
- Olha, Pablo. Você sabe que eu gosto de montão de você, mas eu e a Lena não concordamos com você se casar, você sabe. Esta tal de Mary só que o seu dinheiro.
- Que isso, Nanda. Você tá doida?
- Não estou não, você é que está querendo se casar.
- Poxa! Eu pensei que vocês duas, como minhas grandes amigas, fossem me apoiar. Isso é tão importante pra mim.
- Mas como apoiar você? Você tá hipnotizado por aquela falsa.
- Que isso. Você não deve estar falando da Mary.
- Eu estou sim. E você tem que desistir deste casamento.
- Nossa, mas você nem deu a oportunidade de conhecer a minha noiva direito.
- Ah, eu tive sim, e da primeira vez que eu a vi, ela estava ficando com um ex-namorado meu.
- Não é bem assim, não. Olha, Nanda. Eu fico muito triste em saber que você está sendo tão cabeça dura assim, e nem deu a oportunidade de saber o quanto eu gosto dela e ela de mim.
- Para, Pablo. Chega, isso não vai dar certo. Desiste disso, ainda está em tempo.
- Nanda, eu não vou desistir de casar com a mulher que eu AMO.
- Chega, eu vou embora.
Nanda vai para casa super irritada.
Pablo fica decepcionado com suas primas. Elas estavam sendo tão egoístas, pensando apenas no que elas achavam. Nem sequer perguntaram se ele estava feliz.
Tem vez que apenas um gesto, um olhar, até mesmo algumas palavras servem para magoar uma pessoa, e aquilo fica por cima de tudo de bom que você já passou com ela. Às vezes, por nós achamos que estamos certos deixamos um simples ato desses magoar o próximo. Enquanto deveríamos ver o outro lado, nos colocar no lugar das outras pessoas, para vermos que nem sempre nós é que estamos certos.
Pablo pensa, repensa e pensa de novo e acha melhor ligar para as primas, pois ele gostava tanto das duas e também gostava de Mary. Ele gostaria muito que as duas estivessem no casamento, melhor se possível como madrinhas, mas ele já tinha tirado isso de mente depois da conversa com Nanda. Ele agora só queria que elas estivessem lá e o apoiassem assim como todos. Ele pegou o telefone e ligou.
Lena atende:
- Alô!
- Lena, que bom que você atendeu. Queria muito falar com você. A Nanda esteve comigo hoje e eu fiquei muito triste ao saber que vocês não concordam com o casamento.
- Não me diga você desistiu? Que bom.
- Ah, poxa, Lena. É claro que não. Nossa, não fala assim que você me deixa triste. Eu gostaria tanto que você, ou melhor, vocês estivessem lá amanhã.
- Nossa, Pablo. Poxa digo eu. Você sabe que ela não é mulher para você.
- Que isso, eu não sei disso não. Eu sei muito bem que ela é mulher pra mim, e se tem alguém errado nesta história sou eu. Talvez eu não seja homem para ela.
- Nossa, Pablo.
- Ai, Lena. Eu gostaria que você entendesse, gostaria de compartilhar a minha alegria com você e com a Nanda. Mas vocês, hein!
- Pablo, não se preocupe. Durma bem. Pode deixar que eu e a Nanda vamos estar lá sim, e melhor, vamos ser as primeiras a chegar.
- Lena. É serio mesmo, né?
- É. Eu já falei, nós vamos estar lá.
- Hum. Espero que vocês vejam o quanto eu estou feliz com ela.
Chega o dia do casamento, Pablo estava tão feliz, nem estava acreditando que ira se casar. Tina, sua mãe, estava feliz vendo que seu filho estava tomando juízo. A igreja estava linda, cheia de amigos e parentes. Ele ia se casar só na igreja, pois tinha havido um imprevisto no cartório. Mas estava de bom tamanho para eles.
Pablo estava lindo lá na frente, Nanda e Lena já tinham chegado e estavam sentadinhas bonitinhas só esperando. Lena estava um pouco arrependida, estava tudo tão lindo.
Mary chega linda na igreja com um sorriso que demonstrava toda sua alegria.
A cerimônia estava perfeita até que chega na porta Carla.
- Pablo, como você pode fazer isso comigo?
A igreja inteira se espanta.
Carla era uma das mulheres da vida de Pablo. Pablo já tinha até prometido casamento para ela, bem e para várias outras.
Mary olha para Pablo com um olhar “o que é isso?”.
- Pablo, como você pode estar se casando se você prometeu que iria casar-se comigo. - Falou Carla na porta da igreja.
Todos olham como “já era previsto”. Nanda sorri para Mary com aquele olhar “eu venci”.
Pablo tenta explicar:
- Mary, eu quero me casar apenas com você.
- Ah, e eu que estou aqui na porta, há pouco tempo queria se casar comigo também. - Falou Carla.
- Isso mesmo. Há um tempo. Agora eu só quero me casar com a Mary. - Pablo fala sem entender direito.
Nisso, aparece mais quatro mulheres atrás de Carla, todas ex-namoradas de Pablo. Foi uma confusão total.
Mary fica super furiosa. Não quis ouvir mais nada. Saiu da igreja empurrando as mulheres que estavam na porta, entrou em um carro e foi embora.
Pablo fica desesperado ao ver Mary ir embora. As pessoas que estava na igreja ficaram inquietas ao ver aquela cena.
E Nanda não perde tempo, vai lá na frente e diz com todas as letras demonstrando satisfação.
- Bom gente, NÃO VAI HAVER MAIS CASAMENTO. É melhor todos irmos embora.
- Que isso Nanda, eu vou me casar sim.
- A noiva já esta longe. - Fala Nanda sorrindo.
Foi uma confusão total, todas que estavam na porta estavam querendo se casar com o Pablo. O povo já tava tudo indo embora. Pablo não acredita no que estava acontecendo. Lena vai até ele para conversar:
- Calma, Pablo. É melhor vocês não se casarem.
- Lena, você não está entendendo. Acabou de sair naquela porta a mulher que eu amo.
Lena ri muito.
- Qual daquelas.
- Não é hora para brincadeira. É sério, me entenda Lena. Poxa, eu mudei tanto depois que eu a conheci. Você ainda não percebeu porque sequer deu oportunidade de ver o quanto eu gosto dela. Agora acho que ela nem vai olhar na minha cara.
- Vai ser melhor. - Fala Lena arrependida.
- Melhor nada. Você e a Nanda sempre foram minhas amigas. Agora quando eu quero um apoio, no dia do meu casamento, vocês... ah, deixa pra lá.
Lena não se cabia dentro da roupa de tanta vergonha e arrependimento. Ela queria muito que Pablo fosse feliz, ela achava que seria melhor ele não se casar, mas depois de ver o quanto ele estava triste. Ficou sentindo uma culpa enorme. Naquela hora, ela viu que Pablo realmente tinha mudado. Viu ali que estava perdendo uma fase muito importante na vida de um amigo e principalmente estava perdendo a amizade dele.
Arrependida, Lena vai conversar com Nanda para convencer ela a mudar a história e deixar seu primo ser feliz. Era melhor ficarem do lado dele e apoiarem aquele casamento.
Embora parecesse tarde, “Nunca é tarde para mudar o hoje, para que o amanhã seja melhor”. Às vezes não queremos mudar uma opinião e aceitarmos que nós estamos errados. Mas tem hora na vida em que temos que aprender a pedir desculpas e aceitar que o mundo não gira apenas em torno se si próprio.
Não foi nada fácil convencer Nanda a mudar de opinião, mas Lena conseguiu, e Nanda enxergou que era melhor para Pablo.
Passando um dia daquela situação, as duas foram procurar Mary, e contar que era culpa das duas o fato daquela confusão. Mary não acreditou muito, mas Lena a convence de que realmente Pablo não tinha mais nada com aquelas mulheres. Mary fica comovida. E até mesmo surpresa ao ver que Lena e Nanda estavam ali diante dela se desculpando. Lena ainda fala:
- É pelo amor que nós temos ao nosso primo que estamos aqui, e queremos vê-lo feliz.
Nanda completa a frase:
- E com você ele estava muito feliz.
Bom, tudo se acerta, já estava marcada a nova data para o casório. Desta vez, Nanda e Lena estavam lá ajudando com tudo e, melhor de tudo, elas aprenderam “algumas” coisas com esta história. Bom, pelo menos uma coisa !!!
- Tudo não precisa ser do nosso jeito para ser o melhor.
Assim tudo pode ser diferente.

Hellen - 203

O primeiro amor na adolescência

Lara estava no primeiro ano do ensino médio. Naquele estranho dia ,sua mãe pediu a ela que fosse numa loja esotérica depois da aula para comprar incenso. Quando ela chegou na loja, não havia ninguém para atendê-la... depois de chamar algumas vezes sem sucesso, foi entrando por uma porta que dava em outro cômodo. Esse cômodo era cheio de velas e lâmpadas coloridas, um pouco diferente e muito maior do que a recepção, e tinha algumas portas entre abertas sem sinal de qualquer pessoa, resolveu entrar em uma das portas , ao entrar Lara avistou-se no canto de uma sala um garoto, ela resolveu perguntá-lo o que havia acontecido, mais ele não quis conversar levantou-se rapidamente e colocou Lara para fora, ela saiu com muita raiva do garoto.
No dia seguinte Lara resolveu voltar a loja, guando chegou lá havia uma mulher bonita dos cabelos pretos e olhos claros. Lara se apresentou e perguntou quem era aquele garoto que estava sentado sozinho dentro de uma sala, ela afirmou:
- Aquele garoto é meu filho Gabriel, às vezes ele se sente muito sozinho e sempre senta naquele mesmo lugar, mas porque você esta perguntando?
Lara afirma:
- Porque ontem o vi sozinho e resolvi perguntar, e ele me pôs para fora da loja.
A mãe de Gabriel pede ela muitas desculpas, pelo o que o filho tinha feito. Depois de um certo tempo, Gabriel chegou da escola. Ao ver Lara na loja, ficou muito envergonhado com a atitude que teve no dia anterior, e passa direto sem falar nada, logo em seguida sua mãe o chama e ele vai atendê-la. Sua mãe pergunta por que ele teve aquela atitude no dia anterior, e ele afirma:
- Não foi por querer que fiz aquilo eu só queria ficar um pouco sozinho naquele momento, você chegou e eu te confundi com outra pessoa. A única reação que tive foi te por para fora, mas não me leve a mal. Não queria te magoar, me desculpe... vamos começar de novo pode ser? Meu nome é Gabriel.
- Muito prazer, Gabriel meu nome é Lara.
Os dois dão um aperto de mão e um olhar penetrante, Gabriel afirma:
- Lara, seus olhos são lindos cor de mel.
Lara fica muito tímida e agradece o elogio. Ao ver esta cena, a mãe de Gabriel chama Lara para tomar um suco, mas Lara agradece o convite porém vai embora.
No dia seguinte, Lara encontra Gabriel na escola e os dois vão conversando pelo caminho. Gabriel afirma para Lara que estava triste naquele dia por causa de seu pai, que tinha dias em que não ligava e nem nada:
- Eu era muito apegado a meu pai. Depois que ele separou da minha mãe, eu sofri muito, mas agora ele sumiu e não sei onde ele está. Sinto muito sua falta. - Afirma Gabriel com os olhos cheios d’água.
Lara diz:
- Não precisa de ficar mais sozinho, estou aqui para te dar força no que você precisar.
Lara lhe dá um abraço bem forte e os dois cruzam olhares bem intensos, mas logo eles mudam de assunto. Gabriel convida Lara para uma festa que a turma dele está fazendo e ela aceita. Então eles marcam para as 19:00 h, na porta da casa dela. Então os dois dão um beijo no rosto e vão cada um para sua casa. Gabriel esperava às 19h00min em ponto. De repente Gabriel olha bem longe e vê uma linda garota indo em sua direção. Ao perceber que era Lara ficou envergonhado, pois olhava com os olhos penetrantes para a bela garota de cabelos castanhos e olhos cor de mel:
- Você está linda Lara. - Afirma Gabriel.
Ao chegar na festa ela encontra uma turma de amigos e ele também. Cada um vai para um lado. De repente ela percebe que Gabriel não está ao seu lado e vai à sua procura. Ao chegar perto do garoto, Lara vê Gabriel conversando com uma menina e sai com uma cara fechada e começa a dançar. Ao ver Lara dançando, todos os garotos ficam de “boca aberta” e Gabriel, com muita raiva, mas sem demonstrar sua raiva, sai de perto e deixa Lara dançando sozinha. Depois de um certo tempo que Lara estava dançando, um garoto chega pra dançar agarradinho com ela, mas ela empurra o garoto e ele não aceita, e tenta agarrá-la. Gabriel, vendo essa cena, fica com mais raiva e vai pra cima do garoto. Com isso, começa uma confusão e os outros garotos tentam separar a briga, e colocam Gabriel para fora da festa. Lara com muita raiva de Gabriel por causa da confusão, mas ao mesmo tempo feliz por tê-la defendido, pergunta a ele por que fez isso, e Gabriel afirma:
- Não sei por que fiz isso só sei que fiquei com muita raiva vendo ele dançando “agarradinho” com você e minha única reação foi essa.
Lara olha no fundo dos olhos de Gabriel e os dois se abraçam, mas logo Lara tenta mudar de assunto. No dia seguinte o comentário da escola era a briga de Gabriel. Na saída ele procura Lara e os dois vão falando sobre o que gostam de fazer. Lara passa na casa de Gabriel e conversa com a mãe dele, ao sair ele diz:
- Às vezes, fico com muita vergonha de alguém vir aqui em casa por causa da minha mãe.
Lara responde:
- Não tem nada a ver, adoro sua mãe. Ela é muito gente boa e você tinha que parar de ter vergonha dela. Porque ela te ama muito e não iria gostar de escutar isso.
Gabriel dá um sorriso para Lara e os dois se abraçam forte, e ela vai embora deixando um beijo no rosto de Gabriel, que fica pensando nisso o dia todo. No dia seguinte, Gabriel chama Lara para dar um passeio, e vão tomar um sorvete. No caminho ele fala que desde a 1ª vez que a viu, gostou do jeito dela, e ele dá um beijo nela deixando apenas o som dos pássaros do jardim da praça. Ela fica feliz e deixa o carinho que sente por Gabriel falar mais alto. E os dois vão embora deixando a saudade consumir seus pensamentos. Desse dia em diante, Lara e Gabriel começaram uma linda história de amor na adolescência.

Yara Natalia - 202

sábado, 14 de agosto de 2010

Curiosa sombra

Sérgio e Marlon estavam brincando na rua de baixo da casa deles, quando avistaram uma casa abandonada, com uma parte do muro derrubada. Essa casa era muito grande e com uma arquitetura bem antiga. Curiosos, entraram no lote para verem mais de perto, o que poderia ser aquela sombra assustadora que sempre aparecia toda sexta-feira, daquela casa.
Sérgio teve a ideia de voltar na rua e chamar mais dois amigos para juntos explorarem o casarão, e assim chamou Juca e Pedrinho. A gangue já estava pronta, todos arrumadinhos com seus bonés com hélice na ponta e jaquetinha de couro. Marlon, que tinha a fama de corajoso, foi o primeiro a tentar desanimar os colegas, mas Sérgio tão empolgado não deixou que isso acontecesse e assim foram ao tão esperado encontro com a casa abandonada.
Os garotos passaram pelo muro que estava quebrado e saíram no jardim, que na verdade não tinha nada de jardim, todo sujo de folhas secas e com todas as plantas morrendo; passaram pelo jardim querendo rapidamente chegar à porta da casa. Chegando lá, Juca sempre o mais encapetado chegou chutando a porta e cuspindo no olho mágico para mostrar graça para os amigos. Marlon querendo de toda forma voltar e desistir do mistério da sombra, Sérgio como pioneiro de tudo apenas incentivava as artes de Juca. E Pedrinho como sempre “Maria vai com as outras” nunca decidindo ou tomando providências, acostumado a obedecer e seguir o grupinho de amigos.
Tentavam de todas as formas abrir a porta mas não conseguiam, até que Sérgio teve a ideia de olharem por trás da casa. E assim foram os quatro aos fundos da casa, encontrando lá um carro antigo e bem sujo, mas não conseguiram achar algum tipo de porta para entrarem na casa. Rodaram o terreno todo e nada de portas ou passagens, ficaram encucados que mesmo sendo assim tão velha, tão protegida a casa era. A última opção foi voltarem ao velho carro e tentar pegar alguma coisa lá, algum tipo de ferramenta ou coisa parecida. Ao analisarem melhor, viram que havia uma mensagem escrita no vidro da frente assim: “Tentais entrar, será difícil; tentais sair, será impossível!”. Refletiram a frase mas não deram muita importância, e assim voltaram à porta principal da casa.
Isso para Marlon, “o corajoso”, foi mais do que suficiente para desistir do tracejado caminho da sombra. Marlon queria parar por ali mesmo a todo custo, mas seus amigos lhe zombavam de “bundão” e tentavam de toda a forma trazer o amigo de novo para a missão tão esperada. Mesmo com a zoação, Marlon decidiu esperar os amigos do lado de fora da casa. E assim os três continuaram tentando. A fechadura da casa era muito estranha com o desenho parecido ao de um morcego. Os meninos, vendo que a frase estava se cumprindo, ainda sim tentaram entrar novamente mas agora quebrando um vidro do quarto que ficava no andar de cima, subiram por uma escada que estava ali mesmo encostada no jardim.
Depois de tanto esforço, os meninos até comemoram a tão esperada “invasão”. Quando foram perceber já estavam num quarto, que tinha uma cama de casal com a marca de um casal de caveiras debaixo do lençol. Aí sim os meninos viram que não era brincadeira. Em seguida, a janela por onde eles passaram já havia se reconstituído e estava trancada, isso deixou os três em desespero total. Eles tentaram quebrar a janela novamente, mas sem sucesso, e se encaminharam para o corredor da casa. Chegando no corredor, vários quadros pendurados nas paredes com fotos antigas. Chorando muito, Juca ia tirando a calma de todos. Passando pelos corredores abandonados, eles chegaram à sala principal da casa onde tinha uma enorme mesa com mais de vinte cadeiras acolchoadas de veludo vermelho todas ocupadas por caveiras empoeiradas com roupas antigas e bonitas. Assim o único jeito era correr e gritar, mas ninguém do lado de fora conseguia escutá-los. Tentavam sair de todas as formas, mas nada que faziam dava certo. Tudo trancado: portas e janelas. Assim lembraram da frase do carro e de seu amigo Marlon que havia ficado do lado de fora da casa. Ao passar do tempo na casa, os nomes deles iam aparecendo nas paredes, escritos de sangue. Os meninos não tinham mais o que chorar, bater ou correr. Então Sérgio pensou e pôs as coisas no lugar:
_ Não podemos ficar assim. Vamos nos concentrar e achar um meio de sair deste lugar.
Assim acalmando Juca eles continuaram a seguir. Os três amigos usavam bonés com uma hélice em cima. O tempo foi passando e eles nada de saírem da casa, e Marlon do lado de fora esperando os amigos; até que os meninos resolveram voltar ao quarto de que tinham entrado na casa e foram em direção à janela que tinham quebrado e que estava com a seguinte frase: “Foram avisados das condições, terão de pagar com a alma dos três ladrões”. Isso foi a gota d'água para os meninos entrarem em prantos, mas Sérgio, como tinha um sentimento de culpa por ter chamado os amigos, tentava de todas as formas tirar os amigos dessa. Então tentaram quebrar o vidro novamente. Cada hora um tentava: primeiro Sérgio batia com a cadeira, mas o vidro não quebrava; então os dois amigos Juca e Pedrinho, que eram mais fracos, tentaram juntos e com muito custo conseguiram quebrar o vidro. Pularam e caíram no jardim. Quando Sérgio ia sair, o vidro novamente se recompôs, e novamente outra frase apareceu: “Como o cabeça da operação estava errado, pagará para os ladrões de alma dependurado!”. Sérgio tentou de tudo mas não obteve sucesso, até desistir.
Juca e Pedrinho encontraram Marlon e ficaram à espera de Sérgio, mas nada de notícias. Já estava escurecendo e os amigos foram embora, sentindo sua falta. Um dia se passou e nem notícias de Sérgio, até que a sexta-feira chegou e quando os garotos passaram na rua onde a sombra ficara já não era mais uma estranha sombra, pois ela tinha uma HÉLICE na cabeça.

Wilker - 207

Apreendendo a ver o futuro

Júlia estava no primeiro ano do Ensino Médio. E era seu primeiro dia de aula, ela estava muito nervosa, pois era uma escola nova, novos professores, novos amigos e uma nova vida. Ela também estava preocupada com que iria fazer depois de se formar, alguns diziam que ela tinha jeito de veterinária outros diziam que ela iria ser médica e ainda tinha outros que falavam que ela não tinha jeito para nada e que o melhor mesmo era ficar às custas de sua mãe. Mas ela mesmo não sabia em que poderia se formar, só sabia que às custas de sua mãe ela não iria ficar. E naquele estranho dia, que era o primeiro de suas aulas, sua mãe pediu a ela que fosse numa loja esotérica depois da aula para comprar incenso. Quando ela chegou na loja, não havia ninguém para atendê-la. Depois de chamar algumas vezes sem sucesso, foi entrando por uma porta que dava em outro cômodo. Esse cômodo era cheio de velas e lâmpadas coloridas, um pouco diferente e muito maior do que a recepção, e tinha algumas portas entreabertas sem sinal de qualquer pessoa. Ela estava muito assustada, já até pensava em ir, mas a curiosidade de ver o que poderia estar atrás das portas era maior. Na primeira porta que ela resolveu abrir, havia uma idosa em uma cadeira de rodas fazendo tricô. Ao olhá-la ficou querendo entender os motivos que fazia aquela senhora tão feliz, já que ela estava sozinha e sem os movimentos de suas pernas. Sem conseguir se conter de curiosidade, perguntou-lhe:
- Por que a senhora canta tão feliz enquanto faz tricô, se estás aqui sozinha e sem os movimentos de suas pernas?
A senhora respondeu-lhe com um grande sorriso nos lábios:
- Apesar de parecer que eu estou sozinha, eu não estou, porque posso sentir a presença das pessoas que gostariam de estar aqui comigo e não podem. Minhas pernas não me fazem falta, porque o que me sustenta é a alegria de ver sorrisos nos rostos de pessoas, como as crianças carentes e órfãs. Eu faço blusas, cachecóis, calças, até algumas bonecas de pano para crianças e a felicidade que elas ficam fazem a minha felicidade também.
Ouvindo aquelas palavras, Júlia sentiu-se feliz com a atitude daquela senhora. Já estava saindo quando a senhora lhe chamou e lhe deu uma blusa de tricô muito bonita, via-se a felicidade de Júlia em seus olhos.
Muito feliz, Júlia saiu e a porta de saída dava exatamente no cômodo cheio de velas e lâmpadas coloridas. Havia mais algumas portas entreabertas. Júlia acabou entrando novamente em outra porta, na qual lhe levou a um lugar muito bonito, cheio de árvores, flores de todo tipo, e rosas de todas as cores, tudo muito bem cuidado.
Um pouco longe dali, Júlia avistou um jardineiro e foi até ele. Chegando até ele, ela ficou impressionada como aquele jardineiro cuidava de suas rosas, ele conversava com elas como se fossem pessoas. Eles conversaram durante um bom tempo, tempo o bastante para Júlia descobrir que ele ganhava pouco e tinha uma bela família. Que era uma grande pessoa cheia de carisma, atitudes e um grande coração. Ela perguntou por que ele não procurava um outro emprego em que pudesse ganhar bem e que fosse menos pesado?
Ele respondeu que o prazer de fazer seu serviço está na boa sensação de ver a felicidade das pessoas, e mesmo seu salário sendo pouco ele estava feliz, feliz também em ver o sorriso de uma namorada ao receber flores, dos filhos ao presentear seus pais, e dos jovens que acabaram de se casar e vão comemorar sua lua de mel, entre outras ocasiões que o deixava muito alegre. O importante para ele era dar motivo para agradar e ver sorrisos nos rostos das pessoas.
Antes de sair, o jardineiro deu-lhe uma rosa azul que significa confiança, harmonia e afeto pela pessoa. Assim, Júlia saiu e voltou ao mesmo cômodo de antes, com medo de que sua mãe percebesse sua demora, Júlia resolveu entrar só em mais uma porta. Esta porta dava na entrada de um prédio muito bonito e luxuoso. No momento, o prédio aparentava estar vazio.
Quando Júlia ouviu a voz de um homem dentro de uma sala, ela entrou e ficou observando-lhe. Ele estava ao telefone, e aparentava estar muito zangado ao desligar o telefone, e Júlia lhe perguntou qual o motivo de tanta gritaria. Ele um pouco rude disse que tinha uma mulher, e um filho de 11 anos, mas nada que ele fazia estava bom. A mulher sempre reclamando da falta da presença dele e ao mesmo tempo reclamando da falta de roupas, sapatos, joias entre outras coisas; e seu filho sempre achando ruim a falta do pai por perto, que nunca estava no futebol da escola e até mesmo em casa, sem falar dos brinquedos caros que seu filho sempre pedia.
Júlia, ouvindo aquilo, ficou impressionada como era a vida daquele homem rico, mas sem felicidade nenhuma. Tentando ajudá-lo, ela lhe disse para dar menos atenção ao trabalho, e mais atenção à família. Porque o trabalho é uma coisa que te ajuda muito, mas a família seria a base para fazer sua felicidade e a felicidade das pessoa que estão ao seu lado. Ele, ouvindo-a, ficou emocionado e resolveu seguir seus conselhos.
Júlia saiu e novamente voltou ao mesmo cômodo. Como já estava tarde, resolveu ir embora para sua casa, sua mãe perguntou-lhe onde ela esteve todo o tempo. Ela simplesmente respondeu que esteve aprendendo que o importante é você ser feliz, fazendo o que gosta, e o que vale a pena é poder fazer e ver as outras pessoas felizes também.
Júlia foi se deitar, e no dia seguinte voltou correndo à loja esotérica para ver o que se passava atrás das outras portas. Dessa vez, havia uma mulher no balcão, Júlia lhe perguntou se poderia ir até o outro cômodo. A mulher lhe disse que não havia nenhum outro cômodo, além daquele em que ela estava. Júlia não conseguia entender o que estava acontecendo, a balconista disse para Júlia que ela estava sonhando, que tudo não passou de um sonho que parecia ser realidade. Júlia foi embora e tinha a certeza dos acontecidos. Também não insistiu com a balconista porque ela sabia tudo o que tinha passado era realidade e tudo lhe serviu de exemplo. Ela esperava deixar as outras portas para quem estivesse passando pela mesma situação que a dela. Deste dia em diante, Júlia já sabia o que queria de seu futuro, e podem ter certeza que o seu futuro foi muito feliz desde então.

Daniela - 203

A curiosidade

Os irmãos Catarina e Damião haviam encontrado uma estranha e pequena porta na parede do porão, mas sua mãe interrompeu a brincadeira chamando-os para se deitar eles tiveram de conter a curiosidade para o dia seguinte. Quase não conseguiram dormir. Passava mil coisas pela cabeça de cada um, mas enfim pegaram no sono. No outro dia, chegando em casa depois da aula, foram direto ao porão. Chegando lá, ficaram com medo de abrir a porta e encontrar alguma coisa estranha, já que tudo o que havia naquele porão era estranho.
Catarina falou para Damião:
_ Se você abrir a porta eu entro com você.
Damião então respondeu:
_ Vamos fazer assim, nós dois ficamos bem perto da porta e a abriremos juntos, tudo bem?
Catarina concordou:
- Então vamos.
Assim que eles abriram a porta e entraram. Nossa, que surpresa para eles, viram como se fosse um paraíso. Começaram a ver coisas diferentes e que a partir do que eles iam observavam as coisas iam desaparecendo. Pensaram então: “como iremos voltar se tudo vai desaparecendo?”
Como eles eram muito curiosos, queriam saber o que teria mais à frente e prosseguiram. E mais adiante encontraram um lago tão limpinho que nem conseguiram parar de olhar para ele. Depois de um tempo, seguiram mais à frente e encontraram também animais de todas as espécies. O que tinha de árvores floríferas e frutíferas, eram tantas que Catarina tentou até pegar, mas não tinha jeito, pois tudo desaparecia. Depois de um tempo que eles estavam lá, começou a escurecer, ficaram até assustados, mas de repente clareou e dessa vez deram de frente com outra porta.
Resolveram entrar nela também: outra surpresa, estavam num lugar parecido com o quarto de Damião. Depois disso, foram entrando em tantas portas que finalmente chegaram na última e saíram de lá. E perceberam que aquela era a última porta porque eles saíram justamente na porta em que eles tinham entrado pela primeira vez. E que tudo aquilo não passava de uma fantasia e, apesar deles terem gostado bastante, voltaram para dentro de casa como se nada tivesse acontecido com eles. Depois daí, eles foram crescendo, amadurecendo, mas mesmo assim eles não deixaram de ser aquelas pessoas curiosas, que, a partir do momento em que eles queriam descobrir alguma coisa ou mesmo aprender, eles tendiam a correr atrás para que aquilo o que eles quisessem pudesse se tornar realidade e não ser como uma fantasia, que apesar de ser bem divertida não trás nada de bom para nós.

Kelvenin - 208

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O menino do porão

Os irmãos Catarina e Damião havia encontrado uma entrada e uma pequena porta na parede do porão, mas sua mãe interrompeu a brincadeira chamando-os para se deitar. Tiveram de conter suas curiosidades e então os dois irmãos ficaram ali comentando o resto da tarde e da noite pensando, e claro cochichando para que sua mãe Elisabete não pudesse desconfiar de nada. Então jantaram e foram dormir, encabulados e curiosos para saber o que de tão misterioso havia ali naquela pequena porta, daquele porão, daquela humilde casa.
Quase não conseguiram dormir, passaram mil e uma coisas na cabeça daqueles dois irmãos, mas enfim conseguiram pegar no sono. No outro dia logo pela manhã, fizeram a rotina de todos os dias e foram para aula. Quando chegaram em casa, Catarina e Damião foram direto ao porão descobrir o que tinha por trás daquela porta. Quando chegaram, viram que dava acesso a um caminho escuro e abafado. Então os dois percorreram esse caminho até ver onde chegava. Percorreram cerca de uns 15 minutos até que se deparam com uma outra criança, aparentemente parecendo ter a mesma idade que eles, que tinha apenas a roupa do corpo e mais nada. Então Catarina perguntou:
- Como você veio parar aqui? Entrou na minha casa para vir no porão?
E então o menino, que nem nome tinha, respondeu:
- Não, entrei pelo caminho secreto onde só os sábios passam. Morei muitos e muitos anos numa cidade encantada, eu, minha mãe, meu pai e meus irmãos. Enfim, tinha uma família, até que um dia tivemos que nos separar, pois a nossa religião só permitia continuar até quando completasse 10 anos. Então essa é minha história. Fui abandonado pelos meus pais, fui deixado aqui por um sábio, que pediu que eu me alimentasse apenas de esperança e de luz. Se meu pai e sua mãe conseguirem casar minha irmã, eu terei a chance de poder voltar a morar com minha família novamente.
Então Damião e Catarina, abismados com a história, prometeram ao menino, que não se alimentava, não bebia e nem nome tinha, que voltariam no dia seguinte. Lá se foram os dois irmãos percorrendo a longa trajetória. Chegando em casa, contaram para a mãe o que havia acontecido naquela tarde, mas a mãe não acreditou, pensou que fosse coisa de criança.
E os dois ficavam ali pensando na triste história daquele menino. No outro dia, foram ver o menino outra vez. Chegando lá, o menino tinha sumido. Então eles ficaram pensando: “cadê o menino?”. Até que encontraram um espelho e uma carta que dizia: “Sei que deixei vocês curiosos e pensativos, essa era a ideia. Agora peguem o espelho, olhem para ele e para família de vocês, e aprendam a dar valor aos mínimos detalhes na vida, pois a vida é curta e não tem como fazer um rascunho, e depois passar ela a limpo. Sei que vocês são apenas duas crianças e também sei que não vão entender. E a propósito perguntaram meu nome ontem e eu não respondi, mas hoje vou lhes dizer: o meu nome é Reflexão. Parem e pensem, reflitam se vocês tem dado o devido valor a todos aqueles que os cercam. Meu endereço? Ah, não tenho endereço, ando pelo mundo afora, tentando fazer as pessoas enxergarem como a vida é boa e como elas são felizes.”

Fernanda - 208

A casa estranha

Sérgio e Marlon estavam brincando na rua de baixo da casa deles, quando avistaram uma casa abandonada, com uma parte do muro derrubada. Essa casa era muito grande e com uma arquitetura bem antiga. Curiosos, entraram no lote para verem mais de perto. Chegando lá, Sérgio e Marlon deram de cara com vários artefatos antigos, brinquedos, livros, jornais, revistas, etc. Ficaram muito curiosos e começaram a mexer em tudo que viam dentro da casa. Até que, quando chegaram ao andar de cima, deram de cara com várias múmias antigas, que estavam em suas tumbas e já estavam até secas.
Eles ficaram muito assustados com isto que chegaram até a chorar.
A noite estava caindo quando a porta começou a fechar, as janelas começaram a bater. Eles ficaram muito assustados e foram para o andar de baixo e lá viram uma porta no canto da sala. Marlon falou para Sérgio não entrar, mas Sérgio foi persistente e entrou. A porta se fechou e Marlon ficou apavorado, e chamou ajuda na casa ao lado. Uma velha senhora atendeu e falou que a casa pertencia a uma família antiga, que morou lá por muito tempo. E que aparentava ser mal assombrada, mas a senhora garantiu que era só mentira de todos e que a casa não era assombrada. Aí ela foi junto com Marlon dentro da casa para tirar Sérgio de lá de dentro .
Chegando lá, Sérgio estava apavorado e com muito medo, mas Marlon conseguiu acalmá-lo e xingou-o bastante, porque ele tinha entrado lá naquela porta. Ele falou para eles irem embora, mas a senhora insistiu e falou para eles irem na casa dela para tomarem uma limonada. Eles pensaram: “já que estamos aqui, né?” Foram os dois para a casa da senhora.
Chegando lá, eles viram tudo escuro e um gato preto na porta. Ficaram bastante assustados, mas a senhora insistiu que eles entrassem para tomar a limonada. Sérgio ficou com muito medo e Marlon deu uma de valentão e entrou primeiro.
Na casa da senhora cheia de mistérios, tinham cabelos espalhados em todo o lugar e um caldeirão grande. Eles pensaram que a senhora era uma bruxa, mas não tinham certeza. Quando ouviram ruídos lá dentro eles ficaram apavorados. Foi uma correria pra todos os lados. Sérgio saiu correndo e pulou a janela e deixou Marlon para trás. Marlon subiu para o segundo andar e pulou lá de cima a pedido de Sérgio.
Os dois fugiram e decidiram nunca mais voltar lá.

Francisco - 202

A portinha do porão

Os irmãos Catarina e Damião haviam encontrado uma estranha e pequena porta na parede do porão, mas sua mãe interrompeu a brincadeira chamando-os para se deitar... Tiveram de conter a curiosidade para o dia seguinte. Quase não conseguiram dormir. Passava mil coisas pela cabeça de cada um, mas enfim pegaram no sono.
No outro dia, chegando em casa depois da aula, foram direto ao porão. Porém novamente a mãe os chamou e disse que estava na hora do almoço. As crianças comeram, escovaram os dentes e foram chamadas para ir ao bosque. Porém estavam muito curiosas para saber o que havia atrás da pequena porta, não aguentavam mais de tanta ansiedade. Parecia que quanto mais aguardavam o momento de abrir a porta mais aumentava a curiosidade e mais empecilhos apareciam em seus caminhos. Sabiam também que quando chegassem em casa a mãe os mandaria tomar banho, jantar e dormir, porque no outro dia viajariam depois do almoço com a tia para a casa dos avôs e só retornariam no domingo.
O final de semana só aumentou a ansiedade das crianças, foram para a casa dos avós, se divertiram muito, andaram a cavalo, nadaram na cachoeira e no domingo de manhã foram à missa com seus tios e avós. Enfim, estava cada vez mais próximo a volta para a casa. No caminho da igreja Damião teve uma ideia:
- Catarina!?
- Fala Damião!
- Não aguento mais esperar para ver o que tem atrás da portinha do porão.
- É maninho, desta vez estou com você, também estou muito curiosa. Mas só veremos na segunda, ouvi a titia falando com vovô que vamos embora às 17 horas.
- Também ouvi e vamos chegar em casa e como sempre tomar banho, jantar e a mamãe vai nos mandar ir dormir.
- É isso mesmo Damião, então veremos o que tem atrás da porta somente amanhã.
- Não, Catarina, eu tive uma ideia!
- Qual ideia Damião?
- Bom, a gente vai chegar e como de costume fazer todo o esperado e ir dormir.
- Que legal, Damião. Essa é sua grande ideia?!
- Não, sua boba. Minha ideia é que durante a noite a gente se levante e vá lá no porão ver o que tem atrás da portinha.
- Mas lá é muito escuro e a lâmpada pouco ilumina.
- Já pensei nisso, Catarina. Peguei algumas velas no quarto da vovó.
- Nossa! Legal, uma aventura à noite. Como nos filmes de terror.
- Não fala de filme de terror, maninha, você sabe que tenho medo.
- Essa semana a professora me contou uma história assustadora de uma passagem desse mundo para o mundo das sombras, que ficava no porão de um castelo. Quer ouvir?
- Não, para com isso. Você vai comigo no porão hoje à noite ou não?
- Combinado. Hoje à noite depois que a mamãe dormir vamos ao porão.
- Isso, hoje à noite será nossa grande aventura ao porão. (Risos.)
O resto do domingo, como todos os que passavam na casa dos avôs foi ótimo e divertidíssimo. Fizeram mil coisas, ouviram muitas histórias, comeram muitas coisas deliciosas preparadas pela avó, que sempre fazia várias coisas gostosas para agradá-los como toda avó. Mas, enfim chegou a hora de se despedirem dos avós, mas dessa vez, apesar de tristes por terem de ir embora, no fundo as crianças estavam felizes, pois hoje à noite poriam um fim na curiosidade que tomou conta deles nos últimos 4 dias.
O caminho de volta foi mais cansativo que de costume, as crianças chegaram em casa as 20:00 horas e como esperado a mãe mandou que tomassem banho e logo depois serviu o jantar que estava delicioso (não tanto quanto os preparados pela avó), mas a típica canja da mamãe. E logo depois escovaram os dentes e a mãe os colocou para dormir.
No meio da noite, Catarina acorda assustada com Damião a chamando. Se levanta em silêncio e assim se arriscam a sair de seus quartos e irem descalços, de mãos dadas, tateando no escuro, a respiração suspensa, rumo ao porão. Queriam descobrir o que havia por traz daquela porta tão pequena que até então não sabiam da existência dela.
Foram até o fundo do corredor, onde a porta do porão trancada os barrava o caminho para chegarem à pequena portinha. Catarina já puxava Damião para voltarem, pois ela sabia que a chave do porão ficava no molho de chaves que a mãe guardava com ela, porém para sua surpresa o irmão, que já havia pensado nisso, retirou do bolso do pijama o molho de chaves da mãe e abriu a porta.
Então Damião acende a vela e ambos se entreolham em um silêncio apavorante com um sorriso que demonstra medo, ansiedade e alegria de criança quando faz travessuras. De mãos dadas e com muita cumplicidade, as duas crianças se aproximaram da portinha. Damião entregou a vela para a irmã e colocou a mão na maçaneta da pequena porta.
Então ouvem um grito e se assustam...
- Crianças, o que vocês estão fazendo aqui a essa hora!
- Que susto, mamãe! - Diz Catarina.
- Estamos brincando. - Responde Damião.
- Me dê minha chave e vão dormir, que isto não é hora de brincar. Terei de esconder a chave do porão.
- Desculpa, mamãe. - Diz Catarina.
- Amanhã, vou pensar em um castigo para vocês. Por agora, vão dormir que já está muito tarde. Ambos foram dormir sabendo que a chave para o porão ficaria com a mãe e que não saberiam o que tem atrás da portinha, a menos que perguntassem para a mãe, e nenhum dos dois estava disposto a perguntar.

Thauane - 208

Sem título...

Os irmãos Catarina e Damião haviam encontrado uma estranha e pequena porta na parede do porão, mas sua mãe interrompeu a brincadeira chamando-os para se deitar... tiveram de conter a curiosidade para o dia seguinte. Quase não conseguiram dormir. Passava mil coisas pela cabeça de cada um, mas enfim pegaram no sono. No outro dia, chegando em casa depois da aula, foram direto ao porão...
Os irmãos Catarina e Damião impacientes, não puderam abrir a porta que estava pregada com madeiras e precisavam de ferramentas para isso. Assim com muito tempo e esforço na tentativa de abrir aquela porta pela sua curiosidade, o tempo começou a ficar nublado, chegou a chuva fazendo um frio e os dois com certa sensação de infelicidade.
Amanhecendo, os dois cedinho, já de pé, foram no quarto de sua mãe e ela não estava. Logo eles resolveram ir para o porão, com muito custo, com mãos machucadas pelas madeiras arrancadas. Acenderam a luz e viram um caixote de madeira que lá estava no fundo porão. Os dois, naquela curiosidade, abrem a tampa e não acreditaram no que viram. Eles começaram a ficar apavorados, brancos, um olhando para o outro, começaram a correr. No meio do caminho, seu pai, que já estava chegando cansado do trabalho, abraça os dois e logo pergunta:
- O que aconteceu te tão assustador assim com vocês, meus filhos?
Eles logo responderam e gaguejando:
- Fomos no porão e vimos uma caixa cheia de ossos, papai.
O pai logo vai em direção para o porão.
Lá, abriu a caixa, viu aquilo e logo saiu. Dentro de casa, ligou para sua esposa e explicou o que teria visto, e chamou a polícia.
Passando-se o tempo, Damião e Catarina quase não dormiam sem seus pais. Logo veio a notícia da perícia, informando-lhes que a vítima teria o nome de Bruna Pereira de Souza.
Logo o pai, assustado, olha para sua mulher e diz:
- Foi a sua mãe!
Todos ficaram assustados e ao mesmo tempo curiosos para saber.
Então ela logo responde numa frieza:
- Fui eu quem a matou e a colocou lá.
Todos, chateados ao ouvir de sua boca, ficam apavorados.
Então, sendo presa, sai sua sentença: 20 anos.
Passaram tempos e tempos depois. Catarina e Damião não deixavam de demostrar o amor que tinham pela sua mãe. Iam sempre visitá-la.
E, para a infelicidade dos dois, a mãe de Catarina e Damião, como está presa até hoje, só sairá em 2020.

Bruna Pessoa - 207