terça-feira, 17 de agosto de 2010

A vida é boa: não sabemos aproveitar

Onofre e Maria haviam acabado de jantar quando a campainha tocou. Foram atender e um estranho casal estava na porta, já os cumprimentando e entrando pela sala. O homem tirou de um bolso do paletó um caixa, que passou para a sua mulher, e uma pasta do outro bolso.
Espantados, Maria foi logo sendo abordada pela senhora e sua caixa, e Onofre vendo aquela pasta recém-saída de um bolso se abrir diante dele ficou surpreso com que havia dentro da pasta que não parava de olhar admirado por alguns momentos aquela beleza de coleção de selos que ele nunca podia imaginaria ver novamente. Maria nunca pensava que aquela coleção de selos, que seu marido tanto amava, fosse aparecer novamente. Porque naquela época Onofre as vendeu para pagar o tratamento de Joaquim que se encontrava muito doente.
Onofre não tinha condições, aí teve que vender sua coleção selo. Ele colocou à venda em jornais, rádios, e se passaram dias, semanas, um mês, e nada de alguém entrar em contato. Onofre em sua casa, sem esperança, olhando para Joaquim dormindo em sua cama, com seu pensamento a Deus, pergunta:
- Se você existe, me ajude. Meu filho está aqui entre a vida e a morte. Não sei o que mais fazer para salvar sua vida. Não tenho dinheiro, nada nessa vida a não ser meu filho e minha esposa Maria. Nem essa casa é nossa. Eu sei que não tenho tido muita fé ultimamente em você. Maria acredita ainda que vá acontecer um milagre. Como gostaria de ter fé nisso, mais não posso. Quanto mais tempo passar, as chances de Joaquim vão diminuindo.
Sem perceber que Maria o observava, ele se deitou próximo de Joaquim passando a mão em sua cabeça e suspirando:
- Filho, te amo muito. - E pedindo: - Não tire meu filho de mim.
Foi assim até adormecer ao lado dele. Maria então pegou um lençol e jogou em cima deles, apagou a luz e saiu do quarto. No dia seguinte, ao acordar, estranha não encontrar Maria do seu lado. Levanta-se, vai se até a cozinha e vê Maria fazendo café, e pergunta:
- Meu bem, você não dormiu em nossa cama noite passada.
- Não, Joaquim. Estava lá com você. Não quis incomodar. Então me deitei no quarto dele.
- Falar nisso, cadê ele?
- Saiu com dona Margarida para uma biblioteca que acaba de ser inaugurada em nosso bairro. Há dias, ela vem falando comigo para ir com ela para ele distrair um pouco.
Então ele se sentou à mesa para tomar seu café junto com sua esposa. Ela ficou observando-o com um olhar distante e pensou em comentar sobre a noite passada, que ouviu sua conversa, mas ficou sem jeito de tocar no assunto. Enquanto isso, Margarida e Joaquim estão a caminho da biblioteca. Ele todo alegre porque poderá ler livros e escutar histórias de dona Margarida. De longe, se houve os fogos de artifício para a grande inauguração. É esperada grande multidão: pessoas com prefeito Cabal e sua elegante esposa Fátima, empresários, comerciantes. Mas ninguém sabe que a grande ideia partiu de seu Manoel, grande empresário do ramo da construção civil. Desde criança ele gostava muito de escutar historinhas de sua mãe antes de dormir e de livros. Mas, como naquela época sua família não tinha muitas condições financeiras, ele não podia ler muitos livros. Não existiam bibliotecas públicas nem muitos livros na escola. Joaquim e Margarida entraram na biblioteca. Eles ficaram maravilhados pela quantidade de prateleiras altas e livros. Se sentaram à mesa, ele pegou um livro e pediu dona Margarida que contasse a história para ele. Se tratava do menino que não tinha amigos porque era doente.
- Nem sei se meu pai vai conseguir dinheiro para meu tratamento.
- Vai sim, Joaquim. Não perca a esperança, que você ainda vai tem muitos anos de vida e muitos amigos.
Seu Manoel, escutando aquela conversa, pergunta um senhor do seu lado:
- Você conhece aquele garoto?
- Sim, ele é filho de seu Onofre. Colocaram uma coleção de selos à venda para pagar o tratamento daquele garoto. Ele já até anunciou em rádios e jornais, mas até hoje nada.
A noite chega. Joaquim e Margarida percebem que está na hora de voltar para casa, depois de um tarde de muitas histórias. Chegando em casa, Maria pergunta:
- Como foi na biblioteca?
- Foi maravilhoso, mãe. Margarida contou muitas histórias para mim.
Naquele mesmo momento, do outro lado da cidade, Manoel pensava no que PODERIA FAZER PARA AJUDAR. Ao amanhecer, Onofre foi surpreendido com a campainha e vai atender a porta.
- Bom dia, aqui que mora Joaquim?
- Sim, sou pai dele. Como posso ter ajudar?
- Vim aqui comprar uma coleção de selos.
- Entre. Sente-se. Vou pegar.
Sem acreditar no que tinha acabado de acontecer, entrou no quarto.
- Maria, um milagre. Tem um senhor lá na sala que vai comprar os selos. Vai dar para pagar a operação de Joaquim.
Ele levou a coleção de selo até a sala e mostrou a Manoel, que pergunta qual seria o valor. Por um momento, Onofre ficou em silêncio sem saber o que responder.
- Para que mesmo você precisa vender esses selos?
- Para pagar o tratamento do meu filho.
Seu Manoel tira a carteira do bolso, pega o talão de cheques e assina. Entrega a Onofre sem valor algum.
- Pra que isso?
- Para pagar o tratamento do seu filho. Com essas coisas de hospital, gasta-se muito.
Passaram anos e Joaquim se tornou um grande escritor. Seu pai e sua mãe ficaram muito orgulhosos de seu filho.
- Oi, meu nome é Mateus. Como foi difícil achar vocês. Foram muitos anos à procura. Meu pai pediu, antes de morrer, para que devolvesse esses selos para o senhor, mas nunca os encontrei depois daquele dia. Ele teve que se mudar para outra cidade por causa dos seus negócios e até enviou uma pessoa para entregar para você, mas você não morava mais na mesma casa.
- Agradecido, mas não posso aceita.
- Mas esse era seu último pedido. Ele ficou muito feliz por Joaquim se tornar um grande escritor.

Alexandre - 208

Um comentário:

  1. eu acho que ele do meio da historia ele já foi pro final.

    Nome: Aldo de Oliveira
    N°:01
    Turma: 202

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