Os irmãos Catarina e Damião haviam encontrado uma estranha e pequena porta na parede do porão, mas sua mãe interrompeu a brincadeira chamando-os para se deitar... Tiveram de conter a curiosidade para o dia seguinte. Quase não conseguiram dormir. Passava mil coisas na cabeça de cada um, mas enfim pegaram no sono. No outro dia, chegando em casa depois da aula e foram direto ao porão. Com muita curiosidade e medo do que poderiam encontrar, Damião abriu lentamente a porta e se surpreendeu com o que encontrou... Uma luz forte e brilhante tomou conta daquele lugar frio e escuro, os dois mal podiam enxergar, quando Catarina, com muita coragem, resolveu verificar de onde surgia aquela luz estranha e intensa.
Aproximando-se vagarosamente daquela porta - agora enxergando melhor do que antes - pode ver ainda com as vistas embaçadas um lindo lugar com muitas árvores, nas quais a faziam lembrar de um bosque, e também um jardim um lindo jardim!
Espantada com o que havia encontrado Catarina chamou logo seu irmão para que ele também pudesse ver aquele inusitado lugar. Damião com os olhos arregalados de curiosidade se aproximou, e muito surpreso presenciou aquela cena mágica. Muito espantado, ele olhou para sua irmã e, com apenas uma troca de olhares, decidiram que teriam que conhecer um pouco mais daquele estranho e maravilhoso lugar. Catarina se aproximou daquela pequena porta, abaixou-se para arrastar-se até lá, quando Damião ouviu passos na escada. Era sua mãe, descendo em direção ao porão para chamá-los para almoçar. Damião ainda surpreso chamou Catarina, e antes que a sua mãe chegasse fecharam aquela porta e decidiram que não iriam contar a ninguém sobre sua existência, e logo que desse iriam visitar aquele lugar.
Subindo rapidamente as escadas, encontrando com sua mãe, voltaram todos juntos e foram almoçar. No almoço, estava sendo servida uma maravilhosa sopa italiana (especialidade de Dona Maria, avó das crianças). Muito apressados, não demoraram nem dez minutos para que estivessem acabados e correram para o banheiro para escovar os dentes. Ao terminarem, voltaram para o porão. Chegando lá, Catarina que era a mais corajosa entrou primeiro e logo seu irmão foi atrás.
Quando entraram, perceberam que a paisagem era muito mais bonita do que seus olhos naquele primeiro instante puderam enxergar. Distraindo-se com a beleza daquele lugar, ficaram horas e horas explorando e divertindo-se em cachoeiras que encontraram e brincando com alguns animais que habitavam ali. Já estavam se esquecendo de que tinham de ir embora antes que sua mãe ficasse preocupada com a demora. Mas não era fácil largar tudo aquilo e voltar para suas casas. E mesmo com o coração apertado fizeram o que tinha que ser feito, saíram de lá. Fecharam a porta e fizeram de conta que nada daquilo aconteceu, mas prometeram voltar no dia seguinte assim que chegassem da escola. E assim foi feito, voltaram para suas casas, cumpriram com suas obrigações e foram para a cama dormir, uma tarefa nada fácil, pois ao fecharem os olhos lembravam-se daquele lindo lugar, mas com um pouco de insistência pegaram no sono. No dia seguinte, ao voltar da escola e correndo em direção ao porão, Catarina notou que algo estava diferente. Ao descer para verificar a porta, notou que ela não estava mais ali, ela havia sumido.
Desesperada, Catarina chamou seu irmão que muito desapontado pôde confirmar o desaparecimento daquele portal, e que no lugar daquela pequena porta estranha nada havia além de uma parede normal, assim como todas as outras. Voltaram para a casa muito decepcionados e acreditando que tudo que “viveram” foi apenas um sonho. Damião tropeça em algo perto da escada. Abaixando-se para ver o que era, ele encontra uma estranha chave que nunca havia visto antes e junto com ela um bilhete que dizia:
O sonho é a chave que faz com que as coisas imaginárias tornem-se verdade!
Felizes com isto, Catarina e Damião voltaram para a casa não mais decepcionados, mas contentes por saberem que aquilo não era apenas um sonho, e sim O SONHO.
Cíntia - 203
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