terça-feira, 17 de agosto de 2010

O segredo do quarto

Os irmãos Catarina e Damião haviam encontrado uma estranha e pequena porta na parede do porão, mas sua mãe interrompeu a brincadeira chamando-os para se deitar... Tiveram de conter a curiosidade para o dia seguinte. Quase não conseguiram dormir. Passava mil coisas pela cabeça de cada um, mas enfim pegaram no sono.
No outro dia, chegando em casa depois da aula, foram direto ao porão. Quando chegaram ao porão, os irmãos descobriram que a porta estava trancada por um misterioso cadeado. Eles tentaram abrir com o molho de chaves da sua mãe de casa, mas nenhuma das chaves abriu o cadeado. Eles tentaram abrir com grampos, chaves de fenda e outras coisas, mas não conseguiram. Foi então que os irmãos decidiram perguntar para seus pais sobre aquela estranha porta no porão. Mas nem sua mãe nem seu pai sabiam nada sobre o que havia atrás daquela porta. Porém, a mãe dos meninos se lembrou de que quando eles mudaram para aquela casa o antigo dono havia esquecido uma caixa no sótão. Os irmãos se empolgaram com essa descoberta, mas a mãe deles falou que já era tarde e eles deveria ir investigar a caixa pela manhã. Os meninos ficaram nervosos, mas concordaram, já que no outro dia era sábado e não teriam aula.
No outro dia logo que acabaram de tomar o café da manhã, eles subiram para o sótão. Quando abriram a porta do sótão caíram várias caixas sobre a porta travando de um jeito que só passariam as crianças. Eles entraram e descobriram que lá, há muito tempo, não se fazia uma limpeza, mas como eles estavam mais preocupados em achar a caixa nem ligaram e começaram a procurá-la como sua mãe havia descrito. Depois de alguns minutos arrumando e procurando no sótão, eles avistaram uma caixa como descrita pela sua mãe. Uma caixa parecida com caixa de sapatos com um símbolo estranho, algo parecido com uma logomarca de uma indústria antiga. Eles a limparam e a levaram para a varanda da casa. Abriram a caixa e nela havia uma pasta cheia de folhas escritas numa língua estrangeira, uma agenda com alguns telefones, uma antiga foto de menina, uma caixinha de balas e a metade de uma chave.
Logo que os meninos viram a chave correram para contar para sua mãe e para tentar abrir o estranho cadeado. A mãe, já curiosa com a história da porta, foi junto com os meninos. Catarina ficou com a chave na mão e quando chegou em frente à porta, ela olhou para seu irmão e para sua mãe, colocou a chave no cadeado e a girou. Mas foi aí que os três perceberam que faltava uma parte. Os irmãos ficaram decepcionados com aquilo. Os olhos deles se encheram de água, mas a mãe foi logo apoiando os meninos e falando para eles procurarem a parte que faltava da chave na pasta ou na agenda que estavam na caixa. Os meninos reviraram a pasta e a agenda, entretanto não acharam nada.
Foi então que Damião teve uma ideia de ligar para uma das pessoas do telefone e perguntar sobre o paradeiro do homem que vivia naquela casa. Escolheram um dos nomes que havia naquela agenda, Tadeu. Ligaram para o número e ele atendeu, mas quando ele falou onde eles moravam, Tadeu desligou na cara de Damião. Damião ligou para outros números, mas a mesma coisa aconteceu. Assim que falava onde moravam, todos desligavam. Quando Damião já estava ficando cansado de tanto ligar ele resolveu ligar para uma mulher. Ela atendeu e quando falou onde morava a mulher ficou surpresa, mas não desligou o telefone, ela conversou um pouco com os meninos pelo telefone e marcou de se encontrar no domingo com os irmãos numa praça do bairro onde ela morava. A mãe dos irmãos concordou e os meninos marcaram o encontro. Mais tarde, quando o pai chegou, Damião e Catarina começaram a contar sobre o dia e mostraram para o pai aquelas folhas escritas em outra língua. Ele pegou a folha e começou a observar. Ele não tinha certeza de que língua se tratava, mas algumas palavras pareciam com outras que ele sabia o significado. E traduzindo essas palavras parecia um poema ou uma carta. No domingo, na hora marcada, a família inteira estava na praça esperando a mulher. Com alguns minutos de atraso uma senhora chegou ao local. Ela olhou para os meninos e deixou no local uma caixa e em cima da caixa havia um pedaço de uma chave. Ela olhou para os irmãos e os abraçou, então começou a conversar com eles:
- Eu sou filha do homem que morava na casa onde moram vocês agora. Me chamo Samanta. Eu nunca tinha entrado no quarto onde esta chave se encaixava. Mas adoraria saber o que tem dentro daquele quarto. Nunca pude entrar lá, já que era nova demais, e quando fiquei mais velha me mudei junto com a minha mãe para outra cidade. Meu pai, Mário, ficou na casa junto com seu quarto misterioso em que nem minha podia entrar. Mas faz uns dez anos que ninguém sabe para onde meu pai foi. Ele era botânico e viajava muito. Mas na última vez em que o vi, ele me deu um envelope e dentro do envelope tinha uma carta e um pedaço da chave do cadeado do quarto misterioso.
Os irmãos e Samanta foram até a casa onde se encontrava o misterioso quarto. Todos queriam saber o que tinha lá dentro. Quando eles chegaram ao porão, encaixaram as duas partes da chave, fazendo apenas uma. Eles colocaram a chave no cadeado e rodaram o cadeado e de modo bem estranho começou a abrir. Todos estavam ansiosos para saberem o que tinha atrás da porta. A chave foi movendo várias engrenagens, até que o cadeado se abriu totalmente. Os irmãos foram empurrando a porta até que ela se abriu e dentro havia vários quadros, muitos deles de flores conhecidas, outros de flores desconhecidas. E no meio havia dois quadros, e os dois com a menina da foto que os irmãos acharam. Os irmãos e Samanta acharam aquilo muito curioso. Eles foram olhando cada quadro e perceberam que atrás de todos os quadros de flores estava escrito a data e uma localização. E nos quadros da menina estava escrito o nome e uma data. Foi aí que os irmãos perceberam que a menina da foto na verdade era Samanta quando pequena. Samanta ficou intrigada, já que não tinha muitas fotos de quando era pequena. Então, Catarina viu que lá atrás tinha um quadro em branco com um bilhete. Ela pegou e começou a ler. No bilhete dizia:
- “Minha filha Samanta, provavelmente, se você estiver lendo esse bilhete deve ser porque você conseguiu reunir as duas partes da chave. Você deve ter percebido que este quarto está cheio de quadros. Queria que você desse esses quadros de flores para pessoas que você considere especiais. Os dois quadros com uma menina, na verdade é você e quero que fique com eles. Esse quadro eu iria começar, mas, como a doença que eu sempre escondi de você e de sua mãe piorou, eu não pude começá-lo. Eu preferi ir para outro lugar, a ver você sofrendo.”
Depois de ler esta carta, Catarina entregou para Samanta, que estava chorando. Ela enxugou os olhos e começou a sorrir, e falou para os irmãos para cada um escolher um quadro. Depois dos irmãos escolherem os quadros, Samanta pegou os outros e colocou no carro. Foi até os irmãos e os agradeceu por mostrar o que tinha no quarto e por saber o que aconteceu com o pai dela.

Arthur Cloto - 203

Um comentário:

  1. gostei muito dessa historia da para ate escrever um livrokkkkkk
    KATIA 208

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