O amor não é por acaso

Amélia estava no primeiro ano do Ensino Médio. Naquele estranho dia, sua mãe pediu a ela que fosse numa loja esotérica depois da aula para comprar incenso. Quando ela chegou na loja, não havia ninguém para atendê-la... depois de chamar algumas vezes sem sucesso, foi entrando por uma porta que dava em outro cômodo. Esse cômodo era cheio de velas e lâmpadas coloridas, um pouco diferente e muito maior do que a recepção, e tinha algumas portas entreabertas sem sinal de qualquer pessoa...ela foi entrando, sem saber onde aquelas portas iriam dar. Quando de repente, ela se deparou com um rapaz lindo e ficou sem reação alguma. E ele a perguntou:
- O que você deseja, meu bem? - E ela respondeu:
- Desculpa por ter entrado assim, é porque chamei lá e ninguém me atendeu. - E ele disse:
Tudo bem, não tem problema não. Mas o que você deseja? - Ela respondeu:
- Minha mãe pediu que eu viesse aqui pra ela, para comprar um incenso. Tem como o senhor me dá? - E ele a respondeu:
- Primeiramente, tem como você não me chamar de senhor? Porque eu sou muito novo pra ser chamado assim e também não gosto que me chamem assim, me chame pelo meu nome, é Bruno, tudo bem? - E ela respondeu:
- Sim Bruno, me desculpe mais uma vez. Não foi minha intenção te ofender. - E ele disse:
- Tudo bem, assim está melhor. Mas eu não trabalho aqui não. - E ela disse:
- Nossa! Eu esqueci completamente qual incenso que minha mãe pediu pra eu comprar. Eu posso voltar aqui daqui a pouco pra comprar? Vai estar aberto ainda? - E ele a respondeu:
- Sim, pode voltar. Se caso tiver fechado, pode bater, eu vou estar aqui dentro almoçando. Tudo bem? Vou ficar lhe esperando. - E ela disse:
- Então até daqui a pouco Bruno.
Ela saiu da loja desorientada, não sabia o que falar nem o que fazer. Pois depois que ela viu aquele rapaz lindo esqueceu até qual incenso iria comprar pra sua mãe, foi paixão à primeira vista. Pra lembrar, Amélia ligou pra sua mãe e perguntou:
- Oi mãe, tudo bem? Aqui... qual o incenso a senhora queria que eu comprasse mesmo? - E sua mãe respondeu:
- Minha filha, não precisa mais não, eu já comprei.
Ela, toda sem graça, desligou o telefone. E já pensando que não precisaria voltar naquela loja. Mas como Amélia tinha gostado daquele rapaz, ela foi até a loja apenas para conversar com Bruno. Chegando lá, Bruno já estava fechando a loja e Amélia ficou sem graça de atrapalhar o almoço dele. E ela disse:
- Você já tá indo almoçar, não é? Eu vou embora e não vou atrapalhar seu almoço não. Minha mãe disse que não precisa mais não, porque ela já comprou. - E ele disse:
- O quê? Você me atrapalhar, nunca. Você não quer ir almoçar comigo não? - E ela respondeu:
- Não, eu não posso, minha mãe deve estar me esperando. Vamos lá em casa almoçar? Minha mãe deve ter feito minha comida predileta. - E ele disse:
- Será que sua mãe não vai achar ruim não? - E ela disse:
- É claro que não, ainda mais se eu falar com ela que você é meu amigo. - E ele disse:
- Eu vou só se você me prometer que vai fazer um favor pra mim. - E Amélia perguntou:
- Depende, qual seria esse favor? - E ele disse:
- Você aceita a sair para jantar comigo no meu restaurante? - E ela respondeu:
- Você tem um restaurante? Mas você não trabalha naquela loja de incenso não? - E ele respondeu:
- Eu tenho um restaurante e trabalho lá também. Mas eu trabalho lá só pra passar o tempo mesmo. - E ela disse:
- Ainda bem que você trabalha lá, se não eu nunca iria lhe conhecer, pois quase nunca eu vou em restaurante. - E ele disse:
- Não sei nem como lhe dizer isso porque nunca disse isso pra garota alguma, mais adorei ter te conhecido também. - E ela disse:
- Mas, mal te pergunto e já perguntando, quantos anos de idade você tem? - E ele respondeu:
- Tenho 18 anos, por quê? - E ela disse:
- Não! É porque você é muito novo e é esquisito você já ter um restaurante. - E ele disse:
- Todo mundo fala isso. Mas é porque era do meu pai e ele infelizmente faleceu. Aí eu tive que passar a cuidar dos negócios da família. - E ela disse:
- Meus sentimentos pelo seu pai. - E ele disse:
- Obrigado. Mas e aí aceita ou não? - E ela respondeu:
- Tudo bem então, vamos lá.
Depois disso, Amélia e Bruno passaram a se encontrar mais vezes e o afeto entre os dois só foi aumentando. Dois meses depois, Bruno pediu Amélia em namoro, e ela aceitou. Eles namoraram durante três anos, quando Bruno chegou em Marcela, mãe de Amélia, e perguntou o que ela achava de ele e a sua filha se casarem. E ela disse:
- Na minha opinião, eu amaria ver vocês dois se casando. - E ele disse:
- Eu vou fazer uma surpresa para ela, vou colocar o anel de noivado dentro de um bombom e vou dar ela, o que a senhora acha? - Dona Marcela disse:
- Eu acho que ela vai ficar emocionada.
Bruno, como é um rapaz muito romântico, mandou fazer um bombom de brigadeiro em formato de coração, com o nome dos dois e com alianças dentro e deu a ela. Quando ela mordeu o bombom e sentiu alguma coisa estranha dentro daquele bombom, ela parou e tirou aquilo da boca. Quando viu aquelas alianças começou a chorar e não estava acreditando. E assim começou os preparativos para o casamento, depois de uns dias eles acabaram se casando.
Depois que eles se casaram, ficaram se lembrando de quando se conheceram e como foi. E ficaram pensando que tudo aquilo foi uma coincidência, mas os dois não sabiam que já estava tudo programado de os dois se conhecerem. A mãe dela conhecia o dono da loja de incensos, que tinha falado com ela do Bruno que era um bom rapaz e que estava sozinho, e ela teve a ideia de fazer os dois se encontrarem, e assim um se interessar pelo o outro, com apenas um empurrãozinho da mãe dela e do dono da loja de incensos.
Nada acontece por acaso. Deus escreve certo por linhas tortas.

Drielle - 203