sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A casa que tinha um segredo

Sérgio e Marlon estavam brincando na rua de baixo da casa deles, quando avistaram uma casa abandonada, com uma parte do muro derrubada. Essa casa era muito grande e com uma arquitetura bem antiga. Curiosos, entraram no lote para verem mais de perto, e perceberam que uma família muito pobre chegava. Entraram neste lote e se acomodaram nesta casa. Toda a vizinhança ficou olhando aquela família.
A família era constituída de uma mulher alta com a aparência bem velha, duas meninas e uma moça bem bonita.
Todos os dias, as crianças da cidade brincavam nas ruas, e sempre as duas meninas ficavam olhando, querendo entrar no meio das brincadeiras. Mas nunca conseguiam, pois os pais destas crianças não deixavam. Assim, as meninas ficavam cada vez mais solitárias, a moça que ficava na casa quase não saia, pois ficava o dia inteiro arrumando a casa, e a mulher só ficava na cama, deitada.
A vizinhança sempre desconfiava desta família porque viam dois homens e uma mulher entrarem em sua casa, todos os dias no final da tarde. E como a cidade era muito pequena, os comentários (fofocas) corriam rápido, logo todas as pessoas já criticavam a situação desta família, pensando coisas horrorosas sobre ela e dizendo:
- Você viu aqueles homens ali? Deve ser uma quadrilha.
- O rosto dela é muito branco e pálido, será que ela usa drogas?
- Ela não tem marido.
- E essa moça passa o dia inteiro arrumando a casa, será que ela é escrava, pois quase não sai de dentro da casa?
- As duas meninas devem ser filhas de pais diferentes.
A vizinhança só pensava coisas horríveis sobre a família.
Até que um certo dia, as pessoas da vizinhança ouviram uma sirene de uma ambulância tocar dentro do lote desta família. Correram logo pra tentar descobrir o que aconteceu. E ali descobriram que esta mulher, que só ficava deitada, estava com uma doença terminal, por isso a aparência dela era muito debilitada e não saia da cama, pois não tinha forças. A moça que ficava só arrumando a casa era na verdade uma grande amiga de infância, que ao saber que sua amiga estava doente largou tudo que tinha para ajudar a amiga. Ela não tinha marido, porque ele acabou sendo morto numa guerra em sua cidade natal. Os homens que entravam lá eram um médico e um advogado. O médico era para amenizar a dor da mulher, o advogado era para cuidar da transferência da guarda dos filhos desta mulher para a moça (a amiga), e a mulher é uma assistente social que cuidava das meninas que eram filhas desta mulher.
Desde então, as pessoas desta cidade nunca mais falaram ou fofocaram coisa maldosas sobre as pessoas, sem antes saberem o que acontece realmente com elas.

Rafael - 207

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