Amor eterno

Meu nome é Marina e, aos 11 anos, após a morte de minha avó, eu e meus pais nos mudamos para o interior, fomos morar com meu avô. Uma casa grande com um enorme quintal, no qual vovô se referia como “bosque dos sonhos”. O bosque era lindo, florido, cheio de árvores e tinha uma brisa fresca. Vovô me contava que tinha feito aquele bosque para a minha avó, pois ele a amava exatamente igual a beleza de suas flores, das árvores, da brisa e suspirava... tudo ali me dava paz, só não gostava de ver a tristeza nos olhos de meu avô por ter perdido o amor de sua vida.
Um desses dias, brincando com minha boneca preferida, apareceu um enorme e estranho rato, me observou por muito tempo. De repente, o rato deu uma intrigante piscada e me disse para segui-lo bosque adentro. O segui por uns 15 minutos até chegar a um portal de pedra com palavras escritas no topo “Vale dos Sonhos”.
Entrei bem devagar e ali vi um lindo tapete de flores de cores que jamais podemos imaginar. Logo adiante, vi uma senhora bonita que veio em minha direção. Meu coração quase saltou pela boca: era minha avó! Joguei-me em seus braços, abracei, beijei, acariciei e conversamos. Falei para ela sobre a beleza do bosque e como ele me encantava e também da tristeza do meu vovô. Ela me deu uma pedra azul e me pediu que a entregasse a ele, só isso, ele entenderia.
O rato apareceu novamente, barulhento e travesso chamando minha atenção. Minha avó sumiu, corri atrás dele até chegar novamente ao bosque do vovô.
Lá estava ele na varanda, sentado quieto, olhar triste, fumando um cigarro de palha. Ao me aproximar, ele sorriu e falou:
- Onde a minha bonequinha estava?
Eu lhe dei um forte e demorado abraço e lhe entreguei a pedra azul. Não falei nada. Meu avô ficou olhando aquela pedra por algum tempo, se levantou e saiu andando pelo bosque.
Nunca entendi direito o recado da minha avó nem o significado da pedra azul. Só sei que algo mudou, nunca mais vi o meu vovô triste, ele agora estava sempre cantarolando no "seu" bosque.
PARECE MÁGICA!

Marina Elisa - 203